quarta-feira, 6 de junho de 2012

Tablets são bons para consumir conteúdo, mas não para criá-lo

Antes do iPad, Simone Vizioli, 44, gastava folhas e mais folhas de papel-manteiga com desenhos arquitetônicos sobrepostos.
Depois, escaneava-os e terminava o trabalho no computador, em programas como o AutoCAD.
Hoje, o redesenho acontece em camadas virtuais numa versão do Photoshop para o iPad. Só tem um problema: ela ainda precisa de um PC para finalizar o projeto.
O caso de Simone é um exemplo de como os tablets são ótimos para consumo de informações, mas ainda têm muitas limitações para quem quer produzir conteúdo.
"Para mim, o tablet é um caderno de rabiscos. Um Moleskine de luxo", resume a pesquisadora do grupo Elac (Estudos de Linguagem em Arquitetura e Cidade), da Universidade de São Paulo.
Apesar de achar incrível registrar ideias ao ar livre, ela reclama da falta de integração entre programas e da baixa precisão da tela.
"Por isso, e pelo poder de processamento limitado, acho improvável que o iPad substitua o computador. Deverá ser uma extensão dele."
PRODUÇÃO MUSICAL
Um complemento para o micro e também para teclados, flautas e afins. É assim que Marcus Padrini, 30, enxerga seus dois iPads.
Com alguns acessórios, o autor do blog MusicApps conecta instrumentos aos dispositivos e grava composições onde estiver. A mobilidade e a vastidão de programas transformam os aparelhos em mesas de som.
Registrar canções e produzi-las usando um tablet, no entanto, não é fácil. "Os programas não conversam, e, como o hardware não tem a capacidade de processamento de um PC, renderizar músicas complexas pode ser um processo demorado."

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