sexta-feira, 1 de junho de 2012

Google adiciona recurso para ajudar chineses a evitarem censura em buscas

O Google apresentou uma nova arma na batalha contra a censura na China, adicionando um recurso que adverte usuários do país sobre termos digitados em pesquisas que podem conduzir a resultados bloqueados. A ferramenta sugere palavras alternativas.
O anúncio da novidade feito pelo Google na quinta-feira (31/5) descreveu a mudança como um aprimoramento técnico, sem fazer menção ao controle da internet feito pelas autoridades de Pequim.
O logotipo do Google em frente à sede da empresa em Pequim
Os filtros foram tão reforçados nas últimas semanas que as buscas deixavam de lado até alguns restaurantes, universidades e informações turísticas. As autoridades tentavam abafar a repercussão de um escândalo relacionado à queda de uma importante figura do Partido Comunista.
O Google fechou a sede chinesa de seu mecanismo de buscas em 2010 para evitar cooperar com a censura do governo. Usuários podem fazer buscas em chinês pelo site de Hong Kong, mas a conexão cai se eles pesquisam certos termos.
O novo recurso vai alertar usuários se eles fizerem uma busca que "possa temporariamente derrubar a conexão com o Google", disse Alan Eustace, vice-presidente sênior do Google, no blog do mecanismo de pesquisas da empresa. Ele disse que o mecanismo vai sugerir que eles "tentem outros termos de pesquisa".
"Advertindo as pessoas a corrigirem suas pesquisas, esperamos reduzir as quedas de conexão e melhorar a experiência dos usuários da China", afirmou Eustace.
O Google citou como exemplo o termo "jiang", que quer dizer "rio", sem fazer referência ao nome do ex-presidente Jiang Zemin, provável motivo do bloqueio.
RELAÇÃO COM O GOVERNO
O Google pode incomodar Pequim apontando termos específicos que podem gerar resultados bloqueados. Reguladores chineses não divulgam quais termos são banidos. Eles tentam ocultar a censura conduzindo o usuário à mesma mensagem de erro de uma falha técnica, possivelmente para evitar chamar a atenção para certos assuntos.
Um porta-voz do Google se recusou a comentar se a empresa estava preocupada com uma retaliação do governo chinês.
O Google teve a permissão para manter na China uma rede de escritórios para vendas de anúncios que pode se tornar vulnerável se o governo comunista tentar punir a empresa.
O Google tinha 16,6% do mercado de pesquisas de internet no primeiro trimestre, segundo a Analysys International. Estava em segundo lugar, atrás do rival local Baidu, que tem 78,5%.
O Google também tenta promover seu sistema operacional Android para que ele seja usado por fabricantes chineses. Pequim aprovou a compra da Motorola pelo Google por US$ 12,5 bilhões, com a condição de que o Android fique disponível para empresas chinesas sem custo pelos próximos cinco anos.

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