Hackers chineses contornaram as defesas da Câmara do Comércio dos
Estados Unidos no ano passado e conseguiram acesso a informações sobre a
organização e seus 3 milhões de membros, publicou o "Wall Street
Journal" nesta quarta-feira (21).
Em Pequim, a China desconsiderou a reportagem. O jornal, mencionando
pessoas não identificadas, mas informadas sobre o assunto, publicou a
operação contra o principal grupo de lobby de negócios norte-americano,
que envolveu pelo menos 300 endereços de internet e foi descoberta em
maio de 2010.
O jornal informou que não se sabe o volume das informações obtidas pelos
hackers ou quem pode ter tido acesso à rede no mais de um ano em que
ela esteve exposta antes que a violação fosse descoberta.
O grupo por trás do ataque é suspeito pelos EUA de manter vínculos com o
governo chinês, disse uma das fontes ao jornal. O FBI informou a Câmara
de Comércio que servidores na China estavam obtendo informações
ilegalmente em suas redes, segundo a fonte.
Liu Weimin, porta-voz do Ministério do Exterior chinês, descartou a reportagem.
"Não há o que dizer sobre essa divulgação infundada de supostos ataques
de hackers, e nada surgirá disso", disse ele em declaração regular em
Pequim. "A lei chinesa proíbe a ação de hackers."
A Câmara de Comércio emprega 450 pessoas e representa interesses de
negócios, entre os quais a maioria das grandes empresas
norte-americanas, no Congresso.
O jornal publicou que os e-mails acessados revelavam os nomes de
empresas e pessoas importantes que mantinham contato com a Câmara e
também permitiram acesso a documentos de política comercial, atas de
reuniões, relatórios de viagem e agendas.
"O que é incomum quanto a isso é que o responsável foi claramente alguém
muito sofisticado, que sabia exatamente quem somos e visou pessoas
específicas, utilizando ferramentas sofisticadas para tentar obter
informações", disse David Chavern, vice-presidente de operações da
organização, ao "Wall Street Journal".
A China é frequentemente mencionada como suspeita em diversos ataques de
hackers aos EUA. Em agosto, o Pentágono alertou em relatório ao
Congresso que as operações de hackers na China poderiam ser utilizadas
para fins militares abertos no futuro.
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