Durante um almoço, Felipe (o sobrenome ele prefere omitir), 31, percebeu
que uma amiga tinha um iPhone. O estudante de educação física da
Unicamp, então, perguntou: "Esse iPhone tem Android?".
A dúvida parece piada para quem acompanha tecnologia de perto, mas é uma
indicação do crescimento da importância do sistema operacional na
escolha de um celular e das dúvidas que isso causa no consumidor.
"Para usuários que estão tendo a primeira experiência com um smartphone,
o sistema operacional é importante. Mas, na hora da compra, não é o
fator que o cliente leva mais em conta", diz Rodrigo Ayres, gerente de
produto da área de celulares da LG.
Ayres explica que, antes de chegar à loja para comprar um smartphone, o
consumidor brasileiro pesquisa as especificações técnicas do aparelho, o
que pode incluir o sistema operacional. Nas lojas, porém, a aparência
do telefone vira o fator determinante.
Hoje em dia, entretanto, smartphones na mesma faixa de preço se
equivalem no hardware. Câmera, processador e memória têm diferenças
mínimas entre uma marca e outra. Às vezes, até os componentes são dos
mesmos fornecedores.
O que faz a diferença é o sistema operacional, o programa central que
comanda o aparelho, o cérebro do bicho. Se ele for bom, o aparelho será
rápido e fácil de usar. Os principais são o Android, o iOS, o Windows
Phone, o Symbian e o BlackBerry OS.
Mais importante, a escolha do sistema operacional determina de onde você
vai baixar aplicativos. Cada um desses sistemas é ligado a uma loja
virtual, cada uma com suas características próprias.
O Android Market, por exemplo, tem um grande número de programas
gratuitos, enquanto a App Store, do iOS, oferece catálogo maior em
números absolutos. Nem sempre um mesmo app está disponível em todas as
lojas.
A FORÇA DO ROBÔ
No terceiro trimestre deste ano, o Android dominou o universo de
smartphones. Adotado por vários fabricantes, o sistema operacional
criado pelo Google engoliu 52,5% do mercado global, segundo a
consultoria Gartner. No mesmo período de 2010, o número era de 25,3%.
Symbian (16,9%), iOS (15%), BlackBerry OS (11%), Bada (2%) e Windows Phone (1,5%) aparecem em seguida.
Embora não revele números, Bruno Freitas, analista da consultoria IDC,
diz que os dados nacionais acompanham os globais. "O Android tem mais de
50% do mercado brasileiro de smartphones e o iOS, cerca de 10%."
Segundo a Gartner, entre os fabricantes, o mercado nacional de
smartphones ficou dividido entre Nokia (29,4%), Samsung (18,5%), RIM
(15,4%), Apple (11,2%), LG (10,1%) e outros (15,4%) -2,3 milhões foram
vendidos no terceiro trimestre de 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário