quarta-feira, 20 de abril de 2011

No Facebook, Obama diz que ricos devem pagar mais impostos nos EUA

Em visita à sede do Facebook no Vale do Silício --onde ao lado do cofundador do site de relacionamentos Mark Zukerberg, responde a perguntas do público na tarde desta quarta-feira-- o presidente americano, Barack Obama, abriu o evento falando a respeito de temas econômicos --como a crise financeira, infraestrutura e o corte de impostos no país.
O evento, que teve início às 17h45 (horário de Brasília) é transmitido ao vivo pelo Facebook e pelo site da Casa Branca.
O presidente defendeu que pessoas ricas devem pagar mais impostos a fim de reduzir o deficit americano. "Pessoas como eu e você [Zuckerberg] devem pagar mais impostos", disse o presidente. "Estou tranquilo quanto a isso", respondeu Zuckerberg.

O plano de Obama é reduzir o deficit em US$ 4 trilhões nos próximos 12 anos.
"Estamos em um tempo crítico, e tanto Republicanos quanto Democratas concordam com isso [redução do deficit]", disse o presidente.
"Temos feito cortes em cada área. Um bom exemplo são os gastos do Pentágono", disse o presidente. Segundo ele, já foram cortados US$ 400 milhões --espera-se que a mesma quantia seja reduzida nos gastos do Pentágono novamente. No entanto, Obama não deu prazos sobre quando isso seria feito.
Obama também comentou a atual situação do país. "Estamos saindo da pior crise desde a grande depressão, temos grande índice de desemprego, que agora está começando a cair", disse o presidente.
"Temos que entender a natureza dos nossos problemas, ver de onde eles vêm", disse o presidente, acrescentando que, além dele, a administração do país é composta por congressistas Republicanos e Democratas, além de decisões do presidente antecessor, George W. Bush.
Ele disse também que a crise no mercado imobiliário é provavelmente o principal obstáculo para a economia americana neste momento.
Ao visitar a sede do Facebook, Obama busca se conectar com dezenas de milhões de pessoas que adotaram a mídia social como meio primordial de comunicação. Depois disso, ele vai a San Francisco para participar de evento de arrecadação de recursos para o Partido Democrata.
Ele planeja ainda paradas em Las Vegas e Los Angeles antes de voltar a Washington, na sexta-feira (22).
DÍVIDA
Obama está iniciando uma campanha para divulgar seus esforços para reduzir o déficit, no momento em que políticos e mercados financeiros se recuperam da ameaça da agência de classificação de riscos Standard & Poor's de diminuir a classificação de crédito AAA dos EUA devido ao temor de que Washington não vá combater seus problemas fiscais.
O presidente propôs cortar US$ 4 trilhões do déficit orçamentário dos EUA ao longo de 12 anos, por meio de cortes nos gastos e aumento dos impostos sobre os norte-americanos mais ricos --plano que é fortemente rejeitado pelos republicanos.
A questão de como reduzir o déficit, projetado para atingir US$ 1,4 trilhão neste ano fiscal, subiu para o topo da agenda política das campanhas a presidente e no Congresso de 2012. Democratas e republicanos estão ansiosos por conseguir apoio para suas respectivas propostas.
Obama anunciou seu plano na semana passada e, desde que declarou formalmente sua candidatura à reeleição, no início deste semana, vem testando argumentos a apresentar ao público.
Sua viagem de três dias à Califórnia e ao Nevada lhe dará uma oportunidade de interagir com eleitores em relação à redução do déficit e outras questões econômicas, ao mesmo tempo em que levanta fundos para sua campanha.
POPULARIDADE EM BAIXA
Os dados da pesquisa ABC News/Washington Post divulgados na terça-feira mostram que os índices de aprovação de Obama estão em patamar baixo quase recorde causado pelo pessimismo econômico crescente entre a população norte-americana.
Os republicanos criticaram Obama por não fornecer maiores detalhes sobre seu plano para reduzir o déficit e dizem que elevar os impostos vai prejudicar a frágil recuperação econômica do país.
De acordo com analistas, o próprio fato de focar tanta energia política sobre o déficit já constitui uma mudança importante.
"Hoje isso é tudo de que todo o mundo vem falando: reduzir o déficit", disse Nigel Gault, economista da Global Insight. "Os termos do debate mudaram. Isso é um avanço."
Mas tanto Obama quanto os republicanos continuam a ver sua credibilidade questionada por críticos externos.
Dois dias após o aviso dado pela S&P, o jornal francês "Le Monde" publicou um artigo na quarta-feira em que o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, disse que falta aos EUA um plano de redução do déficit de médio prazo que seja digno de crédito.
SISTEMA EDUCACIONAL
Sobre melhorias na educação, Obama afirmou que "precisamos de mais dinheiro e reforma, a maioria dos dólares federais são dedicados à reforma", disse Obama.
"Melhores professores são fundamentais. Resultados e dados vêm depois", declarou o presidente.

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