Em visita à sede do Facebook no Vale do Silício --onde ao lado do
cofundador do site de relacionamentos Mark Zukerberg, responde a
perguntas do público na tarde desta quarta-feira-- o presidente
americano, Barack Obama, abriu o evento falando a respeito de temas
econômicos --como a crise financeira, infraestrutura e o corte de
impostos no país.
O evento, que teve início às 17h45 (horário de Brasília) é transmitido ao vivo pelo Facebook e pelo site da Casa Branca.
O presidente defendeu que pessoas ricas devem pagar mais impostos a fim
de reduzir o deficit americano. "Pessoas como eu e você [Zuckerberg]
devem pagar mais impostos", disse o presidente. "Estou tranquilo quanto a
isso", respondeu Zuckerberg.
O plano de Obama é reduzir o deficit em US$ 4 trilhões nos próximos 12 anos.
"Estamos em um tempo crítico, e tanto Republicanos quanto Democratas
concordam com isso [redução do deficit]", disse o presidente.
"Temos feito cortes em cada área. Um bom exemplo são os gastos do
Pentágono", disse o presidente. Segundo ele, já foram cortados US$ 400
milhões --espera-se que a mesma quantia seja reduzida nos gastos do
Pentágono novamente. No entanto, Obama não deu prazos sobre quando isso
seria feito.
Obama também comentou a atual situação do país. "Estamos saindo da pior
crise desde a grande depressão, temos grande índice de desemprego, que
agora está começando a cair", disse o presidente.
"Temos que entender a natureza dos nossos problemas, ver de onde eles
vêm", disse o presidente, acrescentando que, além dele, a administração
do país é composta por congressistas Republicanos e Democratas, além de
decisões do presidente antecessor, George W. Bush.
Ele disse também que a crise no mercado imobiliário é provavelmente o
principal obstáculo para a economia americana neste momento.
Ao visitar a sede do Facebook, Obama busca se conectar com dezenas de
milhões de pessoas que adotaram a mídia social como meio primordial de
comunicação. Depois disso, ele vai a San Francisco para participar de
evento de arrecadação de recursos para o Partido Democrata.
Ele planeja ainda paradas em Las Vegas e Los Angeles antes de voltar a Washington, na sexta-feira (22).
DÍVIDA
Obama está iniciando uma campanha para divulgar seus esforços para
reduzir o déficit, no momento em que políticos e mercados financeiros se
recuperam da ameaça da agência de classificação de riscos Standard
& Poor's de diminuir a classificação de crédito AAA dos EUA devido
ao temor de que Washington não vá combater seus problemas fiscais.
O presidente propôs cortar US$ 4 trilhões do déficit orçamentário dos
EUA ao longo de 12 anos, por meio de cortes nos gastos e aumento dos
impostos sobre os norte-americanos mais ricos --plano que é fortemente
rejeitado pelos republicanos.
A questão de como reduzir o déficit, projetado para atingir US$ 1,4
trilhão neste ano fiscal, subiu para o topo da agenda política das
campanhas a presidente e no Congresso de 2012. Democratas e republicanos
estão ansiosos por conseguir apoio para suas respectivas propostas.
Obama anunciou seu plano na semana passada e, desde que declarou
formalmente sua candidatura à reeleição, no início deste semana, vem
testando argumentos a apresentar ao público.
Sua viagem de três dias à Califórnia e ao Nevada lhe dará uma
oportunidade de interagir com eleitores em relação à redução do déficit e
outras questões econômicas, ao mesmo tempo em que levanta fundos para
sua campanha.
POPULARIDADE EM BAIXA
Os dados da pesquisa ABC News/Washington Post divulgados na terça-feira
mostram que os índices de aprovação de Obama estão em patamar baixo
quase recorde causado pelo pessimismo econômico crescente entre a
população norte-americana.
Os republicanos criticaram Obama por não fornecer maiores detalhes sobre
seu plano para reduzir o déficit e dizem que elevar os impostos vai
prejudicar a frágil recuperação econômica do país.
De acordo com analistas, o próprio fato de focar tanta energia política sobre o déficit já constitui uma mudança importante.
"Hoje isso é tudo de que todo o mundo vem falando: reduzir o déficit",
disse Nigel Gault, economista da Global Insight. "Os termos do debate
mudaram. Isso é um avanço."
Mas tanto Obama quanto os republicanos continuam a ver sua credibilidade questionada por críticos externos.
Dois dias após o aviso dado pela S&P, o jornal francês "Le Monde"
publicou um artigo na quarta-feira em que o economista-chefe do FMI,
Olivier Blanchard, disse que falta aos EUA um plano de redução do
déficit de médio prazo que seja digno de crédito.
SISTEMA EDUCACIONAL
Sobre melhorias na educação, Obama afirmou que "precisamos de mais
dinheiro e reforma, a maioria dos dólares federais são dedicados à
reforma", disse Obama.
"Melhores professores são fundamentais. Resultados e dados vêm depois", declarou o presidente.
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