Em sua autobiografia, "Idea Man: A Memoir by the Co-Founder of
Microsoft", [em tradução livre: "Homem Ideia: memórias do cofundador da
Microsoft"] Paul Allen se retrata como visionário e estrategista
tecnológico, enquanto Bill Gates é visto como mestre em negócios.
No livro, que chega às livrarias dos Estados Unidos nesta terça-feira,
Allen descreve Gates como um parceiro "capaz de aproveitar minhas ideias
e de ampliá-las".
Mesmo assim, Allen negou que o livro fosse um esforço para reorientar o
pêndulo da história em sua direção, ou para assumir maior crédito pelo
sucesso da companhia.
No livro, Allen cita uma carta que escreveu a Gates em junho de 1982,
explicando por que planejava sair da Microsoft. "Ao longo dos anos, o
resultado desses e de outros incidentes foi a gradual destruição de
nossa amizade e de nossa capacidade de trabalharmos."
Entretanto, o livro deixa claro que a amizade entre eles foi reparada ao
longo do tempo. Quando Allen teve diagnosticado um retorno de seu
câncer, em 2009, Gates passou a ser um de seus mais frequentes
visitantes.
A amizade entre os dois se desenvolveu ao longo de muitos anos,
começando na Lakeside School, uma escola particular em Seattle onde se
conheceram e onde os dois se interessaram inicialmente pela computação.
Ali, usavam um terminal ao qual tinham acesso por horário limitado,
conectados a um mainframe instalado a quilômetros de distância.
E esses elos se mantiveram, ainda que se tenham tornado menos estreitos.
Allen foi membro do conselho da Microsoft até 2000, e Gates convidou o
amigo para seu casamento, em 1994.
A participação acionária de Allen na companhia o tornou imensamente
rico, com patrimônio estimado em US$ 13,5 bilhões, e permitiu que se
tornasse proprietário de duas equipes profissionais de esportes, o
Portland Trail Blazers e o Seattle Seahawks, e financiasse ambiciosos
projetos de pesquisa sobre inteligência artificial e mapeamento do
cérebro.
Allen disse que continuava a deter uma participação "substancial", ainda que não tenha sido revelada, no capital da Microsoft.
Quanto aos sentimentos amargos que sofreu no passado, o cofundador da
empresa afirma que "eu os superei, e segui em frente. Creio que eu e ele
nos tenhamos tornado mais pacientes".
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