terça-feira, 19 de abril de 2011

Em biografia, cofundador da Microsoft narra brigas e reconciliação com Gates

Em sua autobiografia, "Idea Man: A Memoir by the Co-Founder of Microsoft", [em tradução livre: "Homem Ideia: memórias do cofundador da Microsoft"] Paul Allen se retrata como visionário e estrategista tecnológico, enquanto Bill Gates é visto como mestre em negócios.
No livro, que chega às livrarias dos Estados Unidos nesta terça-feira, Allen descreve Gates como um parceiro "capaz de aproveitar minhas ideias e de ampliá-las".

Mesmo assim, Allen negou que o livro fosse um esforço para reorientar o pêndulo da história em sua direção, ou para assumir maior crédito pelo sucesso da companhia.
No livro, Allen cita uma carta que escreveu a Gates em junho de 1982, explicando por que planejava sair da Microsoft. "Ao longo dos anos, o resultado desses e de outros incidentes foi a gradual destruição de nossa amizade e de nossa capacidade de trabalharmos."
Entretanto, o livro deixa claro que a amizade entre eles foi reparada ao longo do tempo. Quando Allen teve diagnosticado um retorno de seu câncer, em 2009, Gates passou a ser um de seus mais frequentes visitantes.
A amizade entre os dois se desenvolveu ao longo de muitos anos, começando na Lakeside School, uma escola particular em Seattle onde se conheceram e onde os dois se interessaram inicialmente pela computação.
Ali, usavam um terminal ao qual tinham acesso por horário limitado, conectados a um mainframe instalado a quilômetros de distância.
E esses elos se mantiveram, ainda que se tenham tornado menos estreitos. Allen foi membro do conselho da Microsoft até 2000, e Gates convidou o amigo para seu casamento, em 1994.
A participação acionária de Allen na companhia o tornou imensamente rico, com patrimônio estimado em US$ 13,5 bilhões, e permitiu que se tornasse proprietário de duas equipes profissionais de esportes, o Portland Trail Blazers e o Seattle Seahawks, e financiasse ambiciosos projetos de pesquisa sobre inteligência artificial e mapeamento do cérebro.
Allen disse que continuava a deter uma participação "substancial", ainda que não tenha sido revelada, no capital da Microsoft.
Quanto aos sentimentos amargos que sofreu no passado, o cofundador da empresa afirma que "eu os superei, e segui em frente. Creio que eu e ele nos tenhamos tornado mais pacientes".

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