quarta-feira, 6 de junho de 2012

Taxas de importação afastam do Brasil fabricantes de tablets

O Brasil só tinha 16 marcas de tablets disponíveis no mercado no fim de 2011, segundo a GfK -0menos do que vizinhos menores da América do Sul, como a Argentina, que tinha 39, e o Chile, com 19.
Na mesma época, respondia por mais de um terço do valor das vendas de tablets de toda a América Latina, de acordo com a Euromonitor.
Altas taxas de importação são o motivo principal do paradoxo. Para empresas estrangeiras que não fabricam tablets no país, vale pouco a pena trazer produtos de fora.
"Para ser competitivo no Brasil, só produzindo aqui", diz Jorge Aguiar, presidente da Sony Mobile no Brasil.
Empresas menores, com pouco capital para produzir localmente, acabam evitando o mercado brasileiro.
"Como todos sabem, o Brasil tem leis e taxas de importação muito estritas", diz Mike Hong, gerente de vendas da Yifang Digital na América do Sul, sobre a ausência no país de tablets da empresa.
Um paralelo entre tablets recém-chegados evidencia as vantagens de produzir no Brasil. O Sony Tablet, feito no país, custa R$ 1.649; o HP Slate 2, importado, sai por R$ 2.759. Nos EUA, sob a atual cotação do dólar, o modelo da HP é cerca de R$ 600 mais caro que o da Sony. No Brasil, a diferença quase dobra.
PROCESSO LENTO
Mesmo os tablets que vêm ao país costumam demorar a chegar. O Slate 2 e o Sony Tablet foram lançados nos EUA no fim de 2011 e chegaram ao Brasil só no mês passado.
"Tivemos que adaptar o produto ao país e capacitar os fabricantes locais a produzi-lo", diz Aguiar, justificando o hiato de oito meses entre o lançamento do Sony Tablet nos EUA e no Brasil.
Outra razão da demora é o processo de certificação e homologação dos produtos, que leva cerca de seis semanas. Só depois de passar por esse crivo é que um tablet pode ser comercializado no mercado brasileiro.

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