terça-feira, 12 de junho de 2012

Reino Unido reabre a investigação sobre Google Street View

O órgão regulador de informação britânico reabriu a investigação sobre o Google Street View, dizendo na terça (12) que um questionamento feito por autoridades nos EUA trouxe à tona novas dúvidas sobre o programa.
Carro do Google Street View passa em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista
Steve Eckersley, chefe do ICO (Information Comissioner's Office), disse que o Google tem respostas a dar sobre o Street View, projeto que envia veículos dotados de câmeras para criar mapas tridimensionais das ruas, rodovias e passeios de todo o mundo.
Mas os veículos não estavam apenas tirando fotos: eles também estavam espiando senhas, endereços web, e-mails e outras informações pessoais transmitidas por meio de redes Wi-Fi desprotegidas.
Houve protestos dos dois lados do Atlântico quando a obtenção irregular de informação foi revelada, no começo de 2012, e o ICO foi um dos diversos órgãos de governos europeus que investigaram o Street View pós-escândalo.
Mas em novembro daquele ano, o ICO emitiu apenas uma advertência ao Google e disse que a companhia não seria penalizada caso não voltasse a infringir a lei de proteção de informação britânica.
À época, Google insistiu que tudo fora um acidente.
OPS, ROUBEI SUAS INFORMAÇÕES
"Não queríamos estas informações e nunca as utilizamos em nossos produtos e serviços, além de termos deletado todas elas tão rápido quanto foi possível", afirmou a empresa americana em nota oficial.
Bicicleta do Street View nos EUA
Evidências divulgadas pelo órgão regulador americano FCC (Federal Communications Comission) tornaram flácida a alegação do Google de "ops, roubei suas informações".
Em um relatório de 13 de abril, o FCC divulgou que a coleta de dados feita pelo Street View era uma decisão de um engenheiro do Google, e que seus colegas haviam sido informados da atividade.
Também foi relatado que investigações na França, no Canadá e na Holanda mostravam que o Google havia interceptado dados como mensagens de e-mail completas, registros de mensageiros instantâneos (como MSN ou Gtalk), áudio, vídeo e até dados de sites de encontro ou pornográficos.
Em uma carta enviada ao executivo do Google Alan Eustace, datada desta segunda (11), Eckersley disse que o relatório do FCC contradizia frontalmente o que dissera a empresa ao órgão à época da investigação.
"O Google nos disse que tudo não passava de um engano", diz a carta. "Se as informações foram coletadas deliberadamente, então essa informação diverge do que nos foi dito em abril de 2010."
Eckersley disse que o ICO está reabrindo sua investigação, demandando cópias do design do software originalmente desenvolvido pelo Google para o Street View e requerendo uma "explicação substancial" do porquê de o Google não ter provido mais informações anteriormente.
"Agradeceria se me fosse enviada uma resposta imediata", prossegue a carta.
O Google respondeu por meio de uma nota enviada a jornalistas. "Sentimo-nos felizes em responder as questões do ICO", adicionando que a companhia "sequer olhou" para a informação coletada.

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