Crimes sexuais fazem empresa restringir uso de app

Três denúncias de crimes sexuais em diferentes cidades americanas, incluindo abuso de menores e estupro, fizeram com que a empresa proprietária do Skout, aplicativo de encontros para smartphones, passasse a proibir o uso de seu serviço por menores de 18 anos.

Skout, que tem pacotes "premium" pagos para envio de mensagens e presentes virtuais

O anúncio foi feito pelo presidente-executivo e fundador da Skout, Christian Wiklund, por meio de blog oficial, nesta terça (12).
O Skout, app para Android e iOS, funciona como um análogo do Foursquare, mas com o objetivo de encontrar pessoas situadas nas redondezas para novos relacionamentos amorosos.
Uma reportagem do jornal "The New York Times", publicada após o pronunciamento, detalha as denúncias de estupro.
EM WISCONSIN, NO PARQUE
Na cidade de Wakesha, estado americano de Wisconsin, um garoto de 13 anos enviou fotos em que aparecia nu para Daniel R. Schmidt, de 21 anos, que usava um perfil falso na rede voltada para adolescentes (de 13 a 17) do Skout, em que dizia ter 16 anos.
Em seguida, ambos combinaram um encontro em um parque pouco frequentado, onde, segundo a polícia, foram encontrados fazendo sexo.
Schmidt foi indiciado por abusar sexualmente de criança em segundo grau.
CALIFÓRNIA
Na cidade californiana Escondido, uma mulher notificou à polícia o desaparecimento da filha de 12 anos de idade.
Junto com a autoridade, ela vasculhou o aparelho celular da menina e descobriu que a garota havia se
encontrado com Christopher Bradley Nutt, 24, com o intermédio do Skout.

Versão para iOS do Skout

Posteriormente, Nutt foi processado por abusar de menor e de promover pornografia infantil, entre outras denúncias, das quais foi absolvido.
OHIO
Em Portsmouth, Ohio, uma menina de 15 anos contou a autoridades que Gene Zimmerman, 37, a contatou usando o Skout, passando-se por adolescente.
Ela contou à polícia ter encontrado o homem e imaginado que Zimmerman a daria uma carona até a casa de seu namorado, quando, na verdade, ele a levou em seu carro até o apartamento onde vivia e a estuprou.
Zimmerman foi indiciado por estupro.
PROTEÇÃO INSUFICIENTE
No comunicado emitido no blog da Skout, o presidente-executivo da empresa afirmou que um quarto de sua equipe, que tem por volta de 80 membros, trabalha com monitoração de atividade ilícita na rede, além de ter sempre oferecido serviços distintos para as comunidades adulta e adolescente.
"Usamos tecnologia avançada e proprietária para monitorar constantemente nossos usuários, contudo, estas medidas se provaram insuficientes. Nas recentes semanas, soubemos de incidentes com alguns maus elementos tentando se aproveitar de mais jovens."
"Pensamos cautelosamente sobre o que fazer", segue a nota. "Decidimos que, até termos proteção melhor, fecharemos o serviço para a comunidade menor de 18 anos."
OUTRA PREOCUPAÇÃO
Uma reportagem da rede BBC disse que um membro da comunidade adolescente do Skout se queixa de racismo.
"Nas últimas semanas, tenho recebido fotos de usuários em que aparecem nus. Além disso, um usuário tem sido racista comigo. Fico com medo quando recebo essas mensagens", escreveu o usuário em um fórum do Skout.
A Skout foi fundada em 2007 com o objetivo de levar a interação social "além do que que qualquer pessoa já havia pensado", segundo o site da empresa.
O aplicativo Skout tem versões para smartphones e tablets com os sistemas Android e iOS. Só na loja do Google, passa de 1 milhão de downloads.
Segundo a empresa, o app está presente em mais de 100 países, inclusive o Brasil.