sexta-feira, 20 de maio de 2011

Concorrência pressiona mercado de jogos para celulares

O setor de jogos online vive um momento de aquecimento inédito, impulsionado principalmente pelo Facebook e pelo iPhone, da Apple, que estão levando os videogames a uma diversidade de novos usuários.
Mas a queda das barreiras de acesso para os criadores de jogos significa que a concorrência é intensa e que os interessados em ingressar no mercado não deveriam se apoiar no sucesso conquistado por jogos como o Angry Birds, disseram executivos do setor esta semana.
"A situação está feia", disse Alexandre de Rochefort, vice-presidente financeiro da Gameloft, uma produtora de jogos para celulares, durante o Reuters Global Technology Summit, em Paris.
"O mercado de smartphones não é uma mina de ouro para os criadores de jogos. É mais parecido com jogar na loteria", acrescentou.
Desenvolver e distribuir jogos se tornou fácil, graças a empresas como a Amazon.com, que estão alugando a capacidade de computação necessária para testar jogos, e a plataformas como o Facebook e a App Store, da Apple, que permitem atingir audiências imensas com facilidade.
Segundo o grupo britânico de pesquisa de mídia Screen Digest, o segmento, excluindo a publicidade online, cresceu de US$ 2,2 bilhões em 2007 --ano anterior à abertura da App Store-- para US$ 3,7 bilhões em 2010, e atingirá US$ 7,8 bilhões em 2014.
A App Store oferece 350 mil aplicativos, sendo a maioria jogos.
"Desde que a Apple lançou a App Store, o mercado de jogos para celulares passou por uma transformação", disse Jack Kent, analista da Screen Digest.
"Antes, menos de 5% dos usuários pagavam por acesso a jogos para celulares, pelo menos na Europa... De lá para cá, os consumidores vêm demonstrando disposição muito maior de pagar pelo conteúdo, especialmente jogos", afirmou.
As mudanças do setor também resultaram em diversas fusões e aquisições, quando grandes empresas de videogames como Electronic Arts e Zynga --grupo que produz jogos como o Farmville para o Facebook-- saíram às compras.
A Screen Digest registrou 26 aquisições no segmento em 2010, ante 12 em 2009. Outras 11 já ocorreram no primeiro trimestre deste ano. O investimento em empreendimentos no segmento também cresceu, com 21 transações somando US$ 200 milhões no trimestre passado, contra apenas três e US$ 27 milhões no mesmo período em 2010.

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