O grupo britânico de projeto de chips ARM Holdings, que licencia sua tecnologia para outros fabricantes, vai encarar "com muita seriedade" quaisquer planos da Intel de produzir chips para rivais, disse um importante executivo da empresa na segunda-feira.
A Intel anunciou na semana passada que vai considerar produzir chips para rivais, uma decisão que poderá ajudar a empresa a conquistar maior acesso ao mercado de celulares e representar ameaça ao atual domínio da ARM sobre os celulares inteligentes e tablets.
"É importante que a Intel esteja considerando mudar seu modelo de negócios. Eles nunca o fizeram antes, e por isso precisamos encarar a decisão com seriedade", disse Ian Drew, vice-presidente executivo de marketing da ARM à Reuters, em entrevista antes da abertura da feira de computação Computex, em Taiwan.
A Intel considera sua grande vantagem em know-how de produção como ativo essencial, e abrir suas fábricas a concorrentes seria uma mudança importante no setor.
A Intel afirmou que estava disposta a produzir núcleos de chips baseados em sua arquitetura para outras companhias, mas que permitir que arquiteturas rivais sejam produzidas em suas fábricas representaria uma "decisão difícil".
Drew disse acreditar que o modelo de negócios da ARM acarrete menos restrições que o da Intel, e a empresa está confiante em manter suas fatias de mercado atuais, de 80% nos tablets e 90% nos celulares inteligentes.
A ARM tem larga vantagem sobre a Intel no aquecido mercado móvel, e seus chips são a referência do setor para os aparelhos da Apple e para os modelos equipados com o sistema operacional Google Android.
A arquitetura da ARM permite economia de energia e é utilizada em processadores fabricados por Qualcomm, Texas Instruments, Nvidia e Samsung.
Confirmando o domínio da ARM, a Microsoft, que antes se mantinha fiel à arquitetura de chips x86, da Intel, anunciou em janeiro que configurará o Windows para chips ARM, reconhecendo que os tablets estavam erodindo o crescimento do setor de computadores, que é seu ponto forte.
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