Cientistas do Reino Unido e da Alemanha criaram uma imagem em 3D de uma aranha de 49 milhões de anos.
Os especialistas da Universidade de Manchester e de outros três centros de pesquisa alemães conseguiram recriar detalhes nítidos do fóssil do aracnídeo, que foi encontrado em um âmbar.
A tecnologia permitiu que eles identificassem a espécie da aranha, o que nem sempre é possível com as técnicas tradicionais.
"Normalmente quando o fóssil de uma aranha ou de outro inseto está preservado em âmbar, é muito difícil ver os seus detalhes com claridade suficiente para se identificá-lo", disse à BBC o paleontólogo David Penney, da Universidade de Manchester.
"Usando microscópios tradicionais é possível identificar somente um de cada dez fósseis. Mas a nova tecnologia nos permite identificar praticamente qualquer espécime."
O fóssil da aranha está preso em um âmbar encontrado em uma região do Báltico, no norte da Europa, uma zona que abrigou diversas florestas no passado e hoje é uma das principais fontes de resina vegetal fossilizada.
O âmbar estava no Museu de História Natural de Berlim.
"Desenvolvemos uma técnica nova para aumentar o contraste entre o fóssil e a resina que o envolve, e isso melhora significativamente a resolução da imagem", disse Penney.
O fóssil é de uma espécie de aranha caçadora do gênero Sparassidae. Espécies como essas ainda existem em regiões tropicais, como no sul da Europa.
"Se a aranha fossilizada estivesse viva e a colocássemos junto a algumas espécies de aranhas caçadoras atuais, seria impossível distingui-las a olho nu", disse o especialista.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Os cientistas dizem que as imagens em 3D de fósseis em âmbar podem ser uma ferramenta para ajudá-los a entender a história da Terra.
"Se formos estudar somente o fóssil de uma aranha, talvez não avancemos muito. Mas se examinarmos muitas e muitas aranhas, poderemos começar a montar o quebra-cabeça de como foi nosso planeta no passado", disse o cientista à BBC.
"Há centenas, talvez cerca de 600, de diferentes espécies de aranha que estão presas em âmbar. Comparando essas com as atuais, sabemos que o norte da Europa foi uma região tropical ou subtropical, ou seja, que passou por grandes mudanças em escala global."
"Atualmente devido às mudanças climáticas, estamos em uma nova fase de alterações globais. Os estudos de fósseis poderiam nos ajudar a prever o que acontecerá no futuro."
Além da Universidade de Manchester, participaram o Museu de Zoologia de Hamburgo, o Instituto de Investigações Senckenberg, de Frankfurt, e a Universidade de Humboldt, de Berlim.
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