quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Google acusa Microsoft de copiar seus resultados de busca

O Google está acusando o Bing, da Microsoft, de copiar seus resultados de busca, informa Danny Sullivan, do blog Search Engine Land, nesta terça-feira (1º). A Microsoft nega a acusação.
Segundo a gigante das buscas, a Microsoft monitora o que as pessoas procuram no Google e os resultados nos quais elas clicam e, de posse dessas informações, faz com que o Bing retorne os mesmos resultados.
Em seu post no Search Engine Land, Sullivan dá um exemplo de resultado de busca que parece ter sido copiado do Google pelo Bing.
Quando se procura por "tarsorrhaphy" (tarsorrafia) com a grafia errada ("torsoraphy"), o Google aponta o erro e mostra primeiramente a lista dos resultados de busca para a escrita correta da palavra. O primeiro lugar é ocupado pelo artigo da Wikipédia em inglês sobre o assunto.
Já a mesma pesquisa no Bing com a grafia errada também retorna o artigo da Wikipédia na posição mais alta, mas sem fazer a correção --sugerindo que o buscador da Microsoft se aproveita do sistema de autocorreção do Google para aprimorar os próprios resultados.
"Não vejo problema quando concorrentes desenvolvem um algoritmo inovador. Mas, para mim, copiar não é inovação", afirmou ao Search Engine Land Amit Singhal, que supervisiona o algoritmo de ranking de resultados do Google.
Usando os mesmos exemplos mais tarde, o Google reafirmou a história do possível plágio, em um post no blog oficial da companhia.
ARMADILHA
Depois de começar a desconfiar que o Bing copiava seus resultados, há quase um ano, o Google preparou, em dezembro de 2010, uma armadilha para provar a acusação, relata o Search Engine Land.
A teoria do Google era a de que, para copiar seus resultados de busca, a Microsoft usava informações coletadas de usuários que utilizam o recurso Sites Sugeridos do Internet Explorer e a barra de ferramentas do Bing para o navegador.
O Google, então, programou seu mecanismo de busca para que, quando alguns termos incomuns predeterminados pela empresa fossem buscados, surgisse em primeiro lugar resultados também previamente estipulados pelo Google.
Para a busca "mbzrxpgjys", por exemplo, o primeiro resultado era o site da RIM (www.rim.com). Já uma pesquisa por "hiybbprqag" foi configurada para apresentar no topo da lista o link para um site de ingressos.
Vinte engenheiros do Google foram orientados a fazer essas buscas repetidamente e a clicar nos primeiros resultados usando o Internet Explorer com os Sites Sugeridos ativados e com a barra do Bing instalada.
O experimento começou em 17 de janeiro. No dia 31 do mesmo mês, resultados iguais para as mesmas buscas passaram a aparecer no Bing, o que provaria a cópia, segundo o Google.
"É trapaça, na minha opinião, porque temos trabalhado arduamente ao longo dos anos, enquanto eles chegam lá baseados apenas no nosso trabalho duro", afirmou Singhal ao Search Engine Land.
OUTRO LADO
Questionado pela ZDNet, um porta-voz da Microsoft respondeu apenas: "Não copiamos os resultados do Google".
Em e-mail ao Search Engine Land, Stefan Weitz, diretor do Bing, afirmou: "Programas de opt-in [em que os usuários concordam explicitamente em participar] como o da barra do Bing nos fornecem dados de fluxo de cliques, um dos muitos sinais de entrada que nós e outros mecanismos de busca usamos para ajudar a ranquear sites."
Segundo Weitz, o experimento do Google "parece querer confundir e manipular alguns desses sinais".
Em um post no blog oficial do Bing, o vice-presidente do buscador, Harry Shum, chamou a história de "truque novelesco de espionagem" e repetiu os argumentos de Weitz.

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