As principais operadoras de telefonia móvel celebram o crescimento da
adoção de smartphones, mas temem pela sobrecarga de suas redes e refutam
intervenções mais profundas de agências reguladoras.
Foi esse o teor das declarações dos executivos-chefes do setor que se
reuniram nesta terça-feira (15) em um debate no Mobile World Congress,
maior evento de telefonia móvel do mundo, em Barcelona.
César Alierta, da espanhola Telefônica, chegou a afirmar que "não
entende" por que as empresas do ramo necessitam de regulação.
"Precisamos de competição e de liberdade. Se [os governos] nos deixarem
fazer isso, faremos o resto", disse.
"Saiam do caminho e nos deixem competir", corroborou Randall Stephenson, da americana AT&T.
Enquanto nos EUA as operadoras contestam as novas regras de neutralidade
na internet, que dão ao órgão regulador do setor de comunicação do país
(FCC) poderes para impedir que as empresas bloqueiem o acesso na
internet de maneira seletiva, Vittorio Colao, da inglesa Vodafone,
louvou as iniciativas europeias em relação ao assunto.
"A forma como os reguladores europeus lidam com a neutralidade da rede é
saudável porque reconhece o ambiente competitivo", afirmou Colao,
sugerindo à agência reguladora dos EUA que "aprenda" com o continente.
O executivo-chefe da China Mobile, Wang Jianzhou, sugeriu que as
operadoras encarem o crescimento da demanda em suas redes --que em
algumas regiões chega a 100% ao ano-- implementando hotspots Wi-Fi e
novas redes móveis de quarta geração, com velocidades superiores às
atuais.
Se não inovarem, as operadoras correm o risco de se tornar "tubos burros", afirmou Wang.
Franco Bernabe, da Telecom Itália, defendeu que a indústria apoie padrões abertos, com aplicativos e sistemas interoperáveis.
É esse o objetivo do WAC (Wholesale Applications Community; comunidade
de aplicativos por atacado), lançado nesta terça-feira (15) em
Barcelona.
Idealizado por um consórcio que inclui as maiores operadoras de
telefonia do mundo, o WAC é um ecossistema que permitirá a
desenvolvedores criar aplicativos baseados em padrões da web e
compatíveis com qualquer sistema operacional móvel, sem a necessidade de
passar pelo crivo de lojas de aplicativos como a App Store, da Apple.
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