O capitão bombeiro Lauro Botto foi punido com 12 dias de prisão por
quebra da hierarquia e da disciplina militar ao enviar uma mensagem de
texto para o celular do secretário de Estado de Saúde e Defesa Civil do
Rio, Sérgio Côrtes, na véspera de ano novo.
"Se tiver o mínimo de vergonha nos próximos 4 anos, tente ao menos olhar
para os que são bombeiros da sua secretaria. Feliz 2011!", dizia o
texto da mensagem enviada às 22h39 do dia 31 de dezembro de 2010.
O Rio é o único Estado da federação em que a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros são subordinados à Secretaria de Saúde.
Em sua decisão, o subcomandante-geral e chefe de Estado Maior Geral dos
Bombeiros, coronel José Paulo Miranda de Queiroz, julgou a transgressão
grave, "uma vez que não só evidencia a falta de consideração e respeito a
uma autoridade legal, mas também verifica-se a quebra da hierarquia e
da disciplina militar".
O capitão Botto, porém, vê abuso de poder na decisão e, após cumprir a punição, vai entrar na Justiça.
"Está garantido na Constituição a livre manifestação de opinião, desde
que identificada. Eu não fiquei anônimo em momento algum e mandei a
mensagem do meu próprio celular", afirma.
Botto disse ainda que já enviou mais de 20 mensagens a Sérgio Côrtes
criticando a subordinação dos bombeiros à secretaria e a criação de
gratificações que levam "tenentes a ganhar mais do que coronéis com 30
anos de carreira".
"Os bombeiros no Rio assumiram trabalhos no Samu [Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência] e nas Unidades de Pronto Atendimento. Isso tudo é
inconstitucional e divide a tropa."
Desde hoje, o capitão não pode deixar o quartel general dos bombeiros,
no centro, por 12 dias. Botto foi candidato a deputado federal pelo PV
nas últimas eleições e atualmente é suplente na Câmara dos Deputados.
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