quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Jornal "Miami Herald" obtém doações por notícias on-line

A iniciativa do "Miami Herald" de pedir doações em dinheiro a seus leitores on-line está dando resultado, escreveu o editor-executivo do jornal. Desde que o programa começou, segundo Anders Gyllenhaal, pessoas deram de US$ 2 (R$ 3,48) a US$ 55 (R$ 95,70).
A assinatura custa hoje US$ 13,75 (R$ 23,93) a cada cinco semanas para a versão em papel e US$ 4,75 (R$ 8,27) para a digital. Desde o dia 15 de dezembro, a versão on-line do principal diário da Flórida traz um link ao fim de cada reportagem própria com a opção de doação e a mensagem:
"Se você valoriza as reportagens locais e investigativas do "Miami Herald", mas prefere a comodidade da internet, por favor considere fazer um pagamento voluntário ao site noticioso que importa para você" (leia o texto e veja o formulário em inglês).
O "Herald" é o primeiro jornal da grande imprensa norte-americana a fazer isso até agora e sofreu críticas de parte da comunidade jornalística. Em artigo publicado no jornal na semana passada, em que faz um primeiro balanço da iniciativa, Anders Gyllenhaal não diz quanto a ideia já rendeu, mas defende sua implantação.
Animado
"Os primeiros dias dessa experiência renderam um fluxo animador de doações", escreve o editor-executivo. "Também provocaram uma gama de reações, aqui e no resto do país, já que o esforço atraiu a atenção por ser o primeiro do tipo."
Ele menciona que a indústria norte-americana vem discutindo maneiras de cobrar pelo conteúdo, uma década depois de começar a naufragar o modelo implantado pela maioria das empresas locais, de oferecer acesso gratuito a conteúdo semelhante ao que é cobrado na versão em papel.
O modelo contava com a migração dos anúncios de um meio para o outro, que não aconteceu, ou pelo menos não aconteceu na velocidade esperada, e foi surpreendido pela crise econômica atual, que retraiu o mercado publicitário.
"No "Herald", nós demos uma boa examinada na questão e decidimos que ainda não é a hora certa de fazer uma mudança" para o modelo pago, diz Gyllenhaal. "Nós achamos que o noticiário on-line obviamente tem valor, mas não está muito claro como conciliar esse enfoque com nossa filosofia digital." Daí a ideia das doações.

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