A Research in Motion, cujas ações vêm sendo rebaixadas por analistas depois do alerta feito pela empresa na sexta-feira sobre uma pesada queda nos lucros, está disposta a absorver pesados prejuízos com seu impopular PlayBook porque o sucesso ou fracasso do tablet são cruciais para as esperanças da companhia de revitalizar o BlackBerry.
O PlayBook foi a resposta da RIM ao iPad, da Apple, e ocupa posição crucial nos esforços da empresa para adotar um novo sistema operacional que passará a ser usado nos celulares inteligentes BlackBerry a partir do começo do ano que vem.
Tablet Playbook, da RIM |
"O QNX é importante não porque o tablet em si seja importante, mas porque eles precisam convencer os programadores a aderir a essa plataforma, já que ela é a precursora do BBX, e este tem importância crucial para o futuro da companhia", disse Tavis McCourt, analista da Morgan Keegan, em entrevista por telefone.
"É a última chance, realmente a última chance, que eles têm de reanimar seus negócios", acrescentou.
A necessidade de manter o PlayBook enquanto o QNX/BBX é desenvolvido plenamente forçou a RIM a oferecer pesados descontos para movimentar mais as vendas do PlayBook. Na sexta-feira, a companhia anunciou uma provisão de US$ 485 milhões para cobrir seus estoques, e disse que o lucro anual anteriormente previsto não seria realizado.
Mas corrigir os problemas do QNX pode não ser tarefa fácil, e os analistas se preocupam com a possibilidade de que os evidentes problemas da RIM para conseguir com que ele funcione em sistemas de email mais antigos ou opere aplicativos Android represente um mau presságio para a próxima geração do BlackBerry.
"Os investidores podem estar subestimando o que será necessário para a transição rumo ao BBX --isso continua a ser uma grande incógnita", disse Shaw Wu, analista da Sterne Agee, em entrevista por telefone.
Na sexta-feira, a RIM anunciou ter vendido apenas 150 mil PlayBooks no trimestre passado --enquanto a Apple vendeu 74 vezes mais iPads.
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