Animadas pela venda acelerada de smartphones, que cresceu 74% entre 2009
e 2010, as lojas de aplicativos travam sua própria corrida para
oferecer o cardápio mais completo.
Só em 2010 foram 10,9 bilhões de downloads de aplicativos, segundo a
IDC. A consultoria estima que até 2014 a demanda por aplicativos renderá
US$ 35 bilhões a plataformas e desenvolvedores.
Quem detém a coroa de maior oferta de aplicativos é a Apple, com sua
pioneira App Store, que hoje reúne mais de 350 mil aplicativos e foi
responsável por nove em cada dez downloads em 2010.
Ela é também a loja que mais apresenta restrições no Brasil,
principalmente por causa de altos níveis de exigência aos
desenvolvedores e dos obstáculos com a legislação do país.
Outro problema é a recusa em permitir o teste de um programa antes da
compra e a falha em oferecer gratuitamente aplicativos que se tornaram
populares e são livres para download em outros sistemas operacionais,
como, por exemplo, o jogo Angry Birds, que virou febre.
Como tecnologia e proibições nunca andam de mãos dadas, quem usa o
iPhone no Brasil consegue, sem grande esforço, burlar os obstáculos.
O editor de vídeos David Donato, 28, usou a estratégia de criar uma
conta Apple com CEP americano sem cartão de crédito para seu iPhone 4.
"Assim que eu vi que não tinha nada do que eu queria, saí da loja
brasileira e nunca mais voltei", afirma ele, que recebe créditos de
amigos com cartão de crédito dos EUA para comprar aplicativos pagos, e
os reembolsa via PayPal.
Principal concorrente de App Store, a Android Market oferece cerca de
150 mil aplicativos. Atualmente, mais celulares com Android são vendidos
do que iPhones, o que aponta para um futuro cada vez mais próspero para
a gigante das buscas.
Mas nem o Google pode dormir tranquilo hoje em dia, já que no mês
passado ele ganhou uma loja concorrente de sua própria plataforma.
Trata-se da Android Appstore, criada pela Amazon, que já acumula quase
4.000 aplicativos. Por enquanto, funciona apenas para usuários
norte-americanos.
Para se manter na corrida, a Nokia já adaptou sua loja para oferecer
programas pagos e músicas, e agora tenta reconquistar clientes com
atualizações no seu sistema Symbian e também apostando no futuro
concorrente de peso ao iOS e ao Android: o Windows Phone.
A Windows Marketplace, embora bem mais recente, amplia seu repertório de
programas a passos largos e em poucos meses já atingiu a marca de 11,5
mil aplicativos criados por 3.600 desenvolvedores. Do total dos
programas disponíveis, cerca de 7.000 são pagos.
Mas é o BlackBerry que mantém a imagem mais famosa de smartphone voltado para empresas.
Sua loja de aplicativos reflete esse rótulo: simples e enxuta em
comparação com as concorrentes, embora tenha as opções mais populares,
exceto quando se trata de jogos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário