O governo do Canadá foi alvo de um ataque sem precedentes originado de
computadores chineses no mês passado, e dois importantes ministérios da
área econômica foram atingidos, divulgou a Canadian Broadcasting Corp.
A CBC mencionou fontes que teriam afirmado que piratas invadiram
sistemas de computação do Departamento das Finanças e do Tesouro. Quando
o ataque foi detectado, o acesso dos dois ministérios à internet foi
cortado. O Departamento das Finanças está trabalhando no orçamento
nacional, que deve ser apresentado no mês que vem.
A CBC afirmou que os invasores aparentemente conseguiram tomar o
controle de computadores nos escritórios de importantes funcionários do
governo, como parte de um esquema para roubar senhas e obter acesso a
outros sistemas do governo.
Um porta voz do ministro do Tesouro Stockwell Day informou que
funcionários tinham detectado acesso não autorizado às redes de
computadores do ministério.
"Não há indicação de que quaisquer dados referentes a cidadãos
canadenses tenham sido comprometidos", afirmou o porta-voz em e-mail.
Ele não informou se a origem dos ataques era de fato a China, como
alegou a CBC.
Pedidos de comentários ao gabinete do ministro das Finanças, Jim Flaherty, não foram respondidos.
Ma Zhaoxu, porta-voz do Ministério do Exterior chinês, negou que conexão chinesa no caso.
"O que você mencionou é puramente fictício, e tem motivos ulteriores",
disse ele em conversa com jornalistas em Pequim, quando perguntado sobre
as acusações.
"A China atribui grande importância à segurança na computação e
consistentemente se opõe e reprime atividades de piratas, nos termos das
leis e regulamentos internacionais", disse Ma. "Os piratas são um
problema internacional com o qual a China também sofre."
O serviço de espionagem canadense se queixa regulamente sobre o que
define como espionagem industrial praticada pela China e outros países.
Cabogramas diplomáticos norte-americanos divulgados pelo WikiLeaks
mostram que diplomatas atribuíram à China a culpa pelo ataque de piratas
a sistemas do Google, o que levou o gigante da Internet a suspender
suas operações na China continental.
Em 2009, o "Wall Street Journal" informou que invasores virtuais
aparentemente baseados na China violaram o projeto Joint Strike Fighter,
do Pentágono.
O incidente surge em momento complicado para o governo conservador
canadense, que atenuou suas críticas aos problemas chineses de direitos
humanos para tentar melhorar o relacionamento comercial com Pequim.
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