Em um último esforço em prol do voto democrata nas eleições legislativas
desta terça-feira, o presidente americano, Barack Obama, usou o Twitter
e mencionou o Facebook para pedir aos jovens e grupos de minoria que
apoiem seu partido.
"Você poderia passar 15 minutos entrando em contato com os eleitores
para dizer a eles como é importante que eles votem hoje?", afirma Obama
em sua conta no Twitter. Em outra mensagem, também pede: "Depois de
votar, fale para seus amigos no Facebook: 'Eu votei'"
Obama --que visitou nos últimos dias pelo menos cinco Estados-chave--
também recorreu a uma série de entrevistas de rádio para pedir ajuda aos
jovens eleitores.
Um dos programas de que participou foi o do apresentador Ryan Seacrest, do popular reality show "American Idol".
Apesar de não ter atividades públicas oficiais marcadas em sua agenda,
Obama participou em show matinais na Califórnia, Flórida, Illinois,
Nevada e Pensilvânia, todos estados em que democratas e republicanos
travam uma batalha acirrada.
"Os que estiverem ouvindo, lembrem-se: o futuro cabe a vocês definir. Se
vocês não se envolverem, alguém o definirá por vocês. Umas das melhores
maneiras de evitar isso é votando hoje", afirmou Obama à rádio KPWR, de
Los Angeles (Califórnia) e voltada aos jovens.
O presidente também fez um último apelo aos eleitores hispânicos para
que votem no senador democrata Harry Reid em Nevada (oeste), cuja
cadeira é alvo de uma acirrada disputa nas legislativas desta
terça-feira.
"O voto hispânico é crucial", afirmou Obama à rádio KVEG de Las Vegas.
Reid, o chefe da maioria democrata no Senado e aliado vital de Obama,
enfrenta a candidata republicana apoiada pelo movimento ultraconservador
Tea Party, Sharron Angle, no estado duramente atingido pela crise
imobiliária e o desemprego.
Se os hispânicos comparecerem em massa, como ocorreu nas presidenciais
de 2008, quando o voto hispânico favoreceu Obama em grande parte, "isso
será bom", afirmou o presidente.
Mais cedo, Obama havia alertado em outras entrevistas a rádios --todas
com públicos-alvos caros ao presidente-- para uma situação "muito
difícil" caso os republicanos obtenham a maioria no Congresso.
DESAFIO
Enfrentando um pleito considerado um referendo da primeira metade do seu
mandato, Obama defendeu seu governo e afirmou ter obtido muitas coisas
para quem assumiu em meio à maior crise econômica em várias décadas. O
presidente citou o pacote de resgate econômico, a reforma da saúde e a
saída das tropas de combate do Iraque.
"As coisas têm melhorado nos últimos dois anos. E só as podemos manter
assim se eu tiver alguns amigos e aliados no Congresso", disse Obama,
falando da Casa Branca.
Nesta terça-feira os americanos renovam por completo a Câmara de
Representantes (435 cadeiras) e 37 ocupantes do Senado (de um total de
cem), assim como 37 governadores dos 50 estados do país. Desde as 13h
(de Brasília), quando Alasca e Havaí abriram as urnas, todos os 50
Estados americanos estão realizando as eleições.
Às 15h (de Brasília) de amanhã, depois portanto do fechamento das urnas e
com a maioria dos resultados das eleições conhecidos --embora em alguns
casos a definição dos vencedores deva levar dias--, Obama deverá
conceder uma entrevista coletiva na Casa Branca.
Em meio às pesquisas que indicam um ganho de poder para os republicanos,
Obama continuou em ritmo de campanha nos dias que antecederam às
eleições, visitando cinco Estados entre sexta-feira e domingo.
Na manhã desta terça-feira, antes de falar à KPWR, Obama deu entrevistas
a rádios de Chicago (Illinois) e Jacksonville (Flórida), repetindo
posições já manifestadas durante uma entrevista a uma rádio da
Filadélfia (Pensilvânia), alertando que o país corre o risco de entrar
em uma situação "muito difícil" no caso de vitória republicana nas
legislativas.
"IMPACTO NAS PRÓXIMAS DÉCADAS"
Enfático, Obama declarou à rádio WDAS-FM, localizada num dos
Estados-chave para estas eleições, a Pensilvânia, que os resultados
destas eleições terão "um impacto nas próximas décadas".
Alertando a população em vista da crescente tendência de vitória dos
republicanos, Obama disse que caso o partido obtenha a maioria no
Congresso, o país observará um retorno das mesmas políticas econômicas
que levaram à crise financeira de 2008.
"A verdade é: Estamos fazendo progresso, estamos indo na direção certa.
Se você ainda não votou, tire um tempo para votar, isto terá um impacto
nas próximas décadas", afirmou.
A Casa Branca indicou que os apelos "de última hora" de Obama, pouco
antes da abertura das urnas na costa leste do país, tinham como alvo os
eleitores da Flórida, Minnesota, Ohio e Pensilvânia --todos considerados
decisivos para sua reeleição em 2012-- assim como o Havaí, seu Estado
natal.
A primeira-dama Michelle Obama e o vice-presidente Joe Biden também participaram da campanha na noite de segunda-feira.
"Se o outro lado tiver mais entusiasmo, nós poderemos ter problemas em levar este país para frente", disse Obama.
Nenhum comentário:
Postar um comentário