terça-feira, 2 de novembro de 2010

Obama usa Twitter para angariar votos para democratas nas eleições legislativas nos EUA

Em um último esforço em prol do voto democrata nas eleições legislativas desta terça-feira, o presidente americano, Barack Obama, usou o Twitter e mencionou o Facebook para pedir aos jovens e grupos de minoria que apoiem seu partido.
"Você poderia passar 15 minutos entrando em contato com os eleitores para dizer a eles como é importante que eles votem hoje?", afirma Obama em sua conta no Twitter. Em outra mensagem, também pede: "Depois de votar, fale para seus amigos no Facebook: 'Eu votei'"


Obama --que visitou nos últimos dias pelo menos cinco Estados-chave-- também recorreu a uma série de entrevistas de rádio para pedir ajuda aos jovens eleitores.
Um dos programas de que participou foi o do apresentador Ryan Seacrest, do popular reality show "American Idol".
Apesar de não ter atividades públicas oficiais marcadas em sua agenda, Obama participou em show matinais na Califórnia, Flórida, Illinois, Nevada e Pensilvânia, todos estados em que democratas e republicanos travam uma batalha acirrada.
"Os que estiverem ouvindo, lembrem-se: o futuro cabe a vocês definir. Se vocês não se envolverem, alguém o definirá por vocês. Umas das melhores maneiras de evitar isso é votando hoje", afirmou Obama à rádio KPWR, de Los Angeles (Califórnia) e voltada aos jovens.
O presidente também fez um último apelo aos eleitores hispânicos para que votem no senador democrata Harry Reid em Nevada (oeste), cuja cadeira é alvo de uma acirrada disputa nas legislativas desta terça-feira.
"O voto hispânico é crucial", afirmou Obama à rádio KVEG de Las Vegas.
Reid, o chefe da maioria democrata no Senado e aliado vital de Obama, enfrenta a candidata republicana apoiada pelo movimento ultraconservador Tea Party, Sharron Angle, no estado duramente atingido pela crise imobiliária e o desemprego.
Se os hispânicos comparecerem em massa, como ocorreu nas presidenciais de 2008, quando o voto hispânico favoreceu Obama em grande parte, "isso será bom", afirmou o presidente.
Mais cedo, Obama havia alertado em outras entrevistas a rádios --todas com públicos-alvos caros ao presidente-- para uma situação "muito difícil" caso os republicanos obtenham a maioria no Congresso.
DESAFIO
Enfrentando um pleito considerado um referendo da primeira metade do seu mandato, Obama defendeu seu governo e afirmou ter obtido muitas coisas para quem assumiu em meio à maior crise econômica em várias décadas. O presidente citou o pacote de resgate econômico, a reforma da saúde e a saída das tropas de combate do Iraque.
"As coisas têm melhorado nos últimos dois anos. E só as podemos manter assim se eu tiver alguns amigos e aliados no Congresso", disse Obama, falando da Casa Branca.
Nesta terça-feira os americanos renovam por completo a Câmara de Representantes (435 cadeiras) e 37 ocupantes do Senado (de um total de cem), assim como 37 governadores dos 50 estados do país. Desde as 13h (de Brasília), quando Alasca e Havaí abriram as urnas, todos os 50 Estados americanos estão realizando as eleições.
Às 15h (de Brasília) de amanhã, depois portanto do fechamento das urnas e com a maioria dos resultados das eleições conhecidos --embora em alguns casos a definição dos vencedores deva levar dias--, Obama deverá conceder uma entrevista coletiva na Casa Branca.
Em meio às pesquisas que indicam um ganho de poder para os republicanos, Obama continuou em ritmo de campanha nos dias que antecederam às eleições, visitando cinco Estados entre sexta-feira e domingo.
Na manhã desta terça-feira, antes de falar à KPWR, Obama deu entrevistas a rádios de Chicago (Illinois) e Jacksonville (Flórida), repetindo posições já manifestadas durante uma entrevista a uma rádio da Filadélfia (Pensilvânia), alertando que o país corre o risco de entrar em uma situação "muito difícil" no caso de vitória republicana nas legislativas.
"IMPACTO NAS PRÓXIMAS DÉCADAS"
Enfático, Obama declarou à rádio WDAS-FM, localizada num dos Estados-chave para estas eleições, a Pensilvânia, que os resultados destas eleições terão "um impacto nas próximas décadas".
Alertando a população em vista da crescente tendência de vitória dos republicanos, Obama disse que caso o partido obtenha a maioria no Congresso, o país observará um retorno das mesmas políticas econômicas que levaram à crise financeira de 2008.
"A verdade é: Estamos fazendo progresso, estamos indo na direção certa. Se você ainda não votou, tire um tempo para votar, isto terá um impacto nas próximas décadas", afirmou.
A Casa Branca indicou que os apelos "de última hora" de Obama, pouco antes da abertura das urnas na costa leste do país, tinham como alvo os eleitores da Flórida, Minnesota, Ohio e Pensilvânia --todos considerados decisivos para sua reeleição em 2012-- assim como o Havaí, seu Estado natal.

A primeira-dama Michelle Obama e o vice-presidente Joe Biden também participaram da campanha na noite de segunda-feira.
"Se o outro lado tiver mais entusiasmo, nós poderemos ter problemas em levar este país para frente", disse Obama.

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