Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú e Santander se preparam para prestar serviços de telefonia móvel.
A entrada dos bancos na telefonia é o passo que faltava para a
massificação do uso do celular como cartões de débito e crédito,
novidade que promete mudar os pagamentos eletrônicos no país.
Além de substituir o cartão no comércio, o celular é o meio ideal para
autorizar transações de baixo valor, como pagamentos de metrô, máquinas
de café e jornais.
O telefone móvel tem a única tecnologia capaz de substituir as
transações entre pessoas, feitas hoje em dinheiro, reduzindo a
importância dos caixas eletrônicos.
As teles disputavam com os bancos a dianteira nas transações por
celular. A ideia era converter minutos em dinheiro, mas a "criação de
moeda" pelas teles esbarrou nas regras do BC.
Hoje, o conselho da Anatel deve votar a regulamentação das "operadoras virtuais", pondo fim a essa disputa.
Com as novas regras, qualquer empresa poderá se associar a uma operadora
móvel (TIM, Vivo, Claro e Oi) para prestar serviços de telefonia.
Pão de Açúcar, Casas Bahia, Carrefour e Pernambucanas já têm projetos
para virar teles, mas são os bancos que vão acelerar esse processo
porque têm um interesse comum: redução de custos.
As transações feitas pelo celular geram gastos equivalentes a um décimo dos com cartões de plástico.
A Anatel permitirá que os bancos escolham dois caminhos na telefonia
celular. No primeiro, o banco comprará no atacado milhões de minutos das
teles e depois venderá (ou repassará como prêmio) aos clientes. Na
segunda opção, os bancos alugam a rede da operadora e prestam o serviço
diretamente ao cliente, dando suporte técnico e respondendo pelas
reclamações.
Estatais, o BB e a Caixa estão mais inclinados a assumir a gestão do
relacionamento com o cliente. Já Itaú e Santander tendem a formar
parcerias com as teles para atuar como "distribuidores" de minutos. O
Bradesco estuda ambos os caminhos.
"Não posso afirmar que vamos virar uma tele, mas há espaço para atuar em
alguns nichos de mercado", disse Frederico Fernandes, diretor de novos
canais do BB.
Parceiro da Vivo e da TIM, o Itaú já converteu chips de 500 mil terminais da Redecard para aceitarem pagamentos via celular.
Inicialmente, o banco emitiu 500 mil cartões Itaucard para clientes da
Vivo e da TIM. Muitos desses clientes não sabem, mas têm no celular um
chip habilitado para fazer pagamentos na Redecard. Ao mesmo tempo, o
Itaú oferece celulares da Vivo e da TIM para seus clientes.
"O usuário vira cliente dos dois serviços, até que uma hora será uma
coisa só. Aos poucos, vamos vinculando o cartão de crédito a um número
do celular", disse Carlos Zanvettor, diretor do Itaú.
Na Espanha, o Santander opera o serviço móvel "Habla Fácil". O banco
compra minutos no atacado, com preço menor, e depois os vende ou
distribui como prêmio aos clientes. "No Brasil, é prematuro dizer que
vamos criar um serviço com o nome Santander. Vai depender da
regulamentação", disse Cláudio Almeida Prado, diretor de tecnologia do
Santander.
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