segunda-feira, 5 de julho de 2010

Recuperação da Samsung pode perder força no 2º semestre

O desempenho da Samsung Electronics no segundo semestre pode ser atingido pela fraqueza dos mercados europeus depois que a maior fabricante de chips de memória do mundo se prepara para divulgar lucro trimestral recorde.
A divisão de chips de memória está se beneficiando da robusta recuperação no mercado de bens eletrônicos de consumo, mas o rápido lançamento mundial do novo iPhone representa ameaça direta aos negócios da Samsung no segmento de celulares inteligentes.
No mês passado, a Research in Motion, fabricante do BlackBerry, divulgou embarques trimestrais decepcionantes, o que despertou preocupação de que a companhia esteja perdendo mercado para a Apple e outras rivais. A Nokia também fez um segundo alerta quanto aos lucros no segundo trimestre, enquanto se esforça para enfrentar o iPhone.
A Samsung, primeira grande empresa mundial de tecnologia a anunciar as estimativas de resultados do segundo trimestre, pode ser prejudicada por sua exposição ao mercado europeu.
"O maior fator de risco para a Samsung no momento é determinar se a demanda europeia será normalizada quando chegar o terceiro trimestre", disse Benjamin Ban, analista da Daishin Securities.
"Uma nova desaceleração na demanda europeia por bens eletrônicos como celulares e televisores levaria a uma depressão no vigoroso mercado de componentes, que vem sendo a principal fonte do lucro recorde deste ano", disse.
A estimativa é de que a Europa responda por entre 30 e 40 por cento das vendas de celulares e TVs da Samsung.
As exportações sul-coreanas à Europa subiram 16 por cento até agora este ano, bem abaixo da alta de 50 por cento registrada nas vendas aos Estados Unidos e China, o que destaca que a crise fiscal europeia debilitou a demanda da região, de acordo com dados alfandegários.
"Os chips e painéis de LCD estão se saindo bem e levarão a Samsung a reportar resultados recorde para o período junho-setembro", disse Song Myung-sub, analista da Hi Investment & Securities.
"Mas o cenário se tornou um tanto negativo, ante o otimismo do começo do ano, já que a expectativa agora é de que os preços dos chips e LCD caiam a partir do quatro trimestre, com queda na demanda, começando inicialmente na Europa", acrescentou.

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