quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Hillary engrossa discurso e pede "consequências" para ataque ao Google

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse em discurso que os piratas virtuais da China que atacaram o Google "devem enfrentar as consequências". O discurso foi proferido nesta quinta-feira (21), em Washington.
Na semana passada, o Google ameaçou retirar as suas operações do país asiático, depois de constatar um "ataque altamente sofisticado na infraestrutura da corporação, originado da China".


"Países ou indivíduos que estão envolvidos em ciberataques devem enfrentar as consequências e a condenação internacionais", afirmou Clinton.
"Em um mundo interconectado, um ataque à rede de uma nação pode ser um ataque contra todos", afirmou a secretária de Estado.
Ainda assim, de acordo com o jornal britânico "The Daily Telegraph", Alec Ross, conselheira de inovação de Hillary, disse ontem que o departamento de Estado dos EUA não é uma "vertente de política externa do Google". Ross afirmou também que o discurso de Hillary é voltado para a liberdade e igualdade de acesso à rede em todo o mundo, e não apenas na China.
Especificamente sobre o caso do Google e da China, Ross afirmou que "este é basicamente um problema entre Google, mais 30 outras entidades privadas [que também foram atacadas] e do governo chinês."
"Mas respondemos com o que eu acho que seja uma preocupação justificada. Pedimos uma explicação."
Diplomacia
Especialistas de segurança e analistas dizem que é praticamente impossível determinar o que está por trás de um ataque virtual --e observaram que as companhias raramente vem a público admitir que foram invadidas.
O departamento de Clinton anunciou também o lançamento de um programa de US$ 15 milhões, a fim de promover a liberdade na internet pela expansão do acesso de mulheres à rede, além da ampliação de novas ferramentas de mídia no Oriente Médio e no norte da África.
Segundo a agência Xinhua, o líder parlamentar chinês Wu Bangguo pediu aos EUA, no começo do mês, para que respeitassem seus "interesses fundamentais" em conversas com senadores norte-americanos, logo após a ameaça do Google deixar o país.
Entretanto, Wu --oficialmente o segundo homem do alto escalão do governo chinês, atrás do presidente Hu Jintao e à frente do premiê Wen Jiabao-- não se referiu diretamente ao caso do Google.
Wu teria dito à delegação de senadores norte-americanos, em uma visita ao país asiático, que ambos devem "respeitar os interesses de cada núcleo e tratar adequadamente de assuntos sensíveis", a fim de manter as boas relações.
O Google já havia anunciado que deixaria de censurar resultados de pesquisas na China e, possivelmente, se retirar do maior mercado de internet do mundo, reclamando de ataques cibernéticos e da censura por parte do regime comunista.

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