Na verdade, a distinção entre um "tablet" ("prancheta") e um slate ("lousa") parece ser apenas semântica, no momento.
Hewlett-Packard, Microsoft, Dell, Motorola e Lenovo Group estão entre as empresas que demonstraram aparelhos multimídia estreitos e equipados com telas sensíveis a toque, na Consumer Electronics Show (CES), nesta semana em Las Vegas.
O amplo pavilhão de exposições se mostrou repleto de protótipos e modelos conceituais, de diversos tamanhos, enquanto os fornecedores testam um mercado ainda inexplorado.
Esses aparelhos sem fio podem receber vídeos em streaming, baixar música, navegar pela web e executar jogos, e seu objetivo é conquistar usuários ao preencher uma suposta lacuna existente entre os celulares inteligentes e os laptops.
Todos eles disputam atenção antes do muito aguardado anúncio pela Apple de um tablet com tela de 10 a 11 polegadas, no final de janeiro. O novo aparelho pode redefinir a categoria, da mesma maneira que o iPhone fez entre os celulares.
Céticos
Mas alguns analistas duvidam que os tablets ou slates atraiam o interesse dos consumidores, porque estarão chegando a um mercado já lotado de netbooks, leitores de livros eletrônicos, celulares inteligentes e laptops, de todas as configurações.
Van Baker, analista do Gartner, está cético quanto à categoria como um todo, afirmando não compreender que funcionalidade os tablets poderiam oferecer para convencer consumidores a pagar centenas de dólares por um deles.
"A Apple talvez consiga", disse Baker, apontando, no entanto, que iPhone, iPod e Macbook já são vendidos por preços mais elevados que a média de seus categorias, o que pode ajudar a empresa a persuadir os consumidores a adquirir um tablet com preço entre US$ 500 e 800.
À mostra em Las Vegas A maioria dos fornecedores de produtos tecnológicos que exibiram protótipos na CES manteve a discrição sobre preços e potenciais datas de lançamento. A Apple mesma ainda não discutiu em público o seu possível tablet. Mas a HP, maior fabricante mundial de computadores, confirmou na quinta-feira que lançará um tablet ainda este ano, com tela sensível a toques, sistema operacional Windows 7 e conexões WiFi e 3G. O presidente-executivo da Microsoft, Steve Ballmer, demonstrou o aparelho em sua palestra na CES, na quarta-feira. O copresidente executivo da Motorola, Sanjay Jha, disse que a empresa estava estudando produzir um tablet. Outro executivo da empresa, Dan Schoch, demonstrou um protótipo de um "tablet de mídia", com tela de sete polegadas e acionado pelo sistema operacional Google Android, modem Motorola e chip da Nvidia. Schoch declarou que o tablet seria vendido por cerca de US$ 300 e estaria pronto para comercialização no quarto trimestre, mas que sua chegada ao mercado depende de fatores como a implementação bem sucedida de uma rede avançada de telefonia móvel pela Verizon Wireless. Doug Reid, analista da Thomas Weisel Partners, estimou que o mercado geral de tablets em 2010 ficará entre US$ 3,5 bilhões e US$ 5,3 bilhões, crescendo a US$ 30 bilhões em 2014, impulsionado pela Apple. Mas ele disse que os tablets poderiam roubar vendas de netbooks e laptops, e estimou preço médio de venda de US$ 700 para um produto dessa categoria. Por enquanto, os tablets parecem estar separados de leitores eletrônicos como o Kindle, da Amazon.com, cujo uso principal é a leitura de livros e periódicos digitais, sem grandes funções multimídia. Mas os leitores eletrônicos também estão ganhando popularidade, com diversos modelos novos exibidos na CES. |
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