sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Antes do tablet da Apple, Las Vegas mostra opções de concorrentes

Não importa que o nome usado seja "slate" ou "tablet", o mundo da tecnologia está subitamente repleto de aparelhos portáteis de uma nova categoria em formato de prancheta, que tentam conquistar atenção antes do lançamento pela Apple de um aguardado produto no final deste mês.
Na verdade, a distinção entre um "tablet" ("prancheta") e um slate ("lousa") parece ser apenas semântica, no momento.


Hewlett-Packard, Microsoft, Dell, Motorola e Lenovo Group estão entre as empresas que demonstraram aparelhos multimídia estreitos e equipados com telas sensíveis a toque, na Consumer Electronics Show (CES), nesta semana em Las Vegas.
O amplo pavilhão de exposições se mostrou repleto de protótipos e modelos conceituais, de diversos tamanhos, enquanto os fornecedores testam um mercado ainda inexplorado.
Esses aparelhos sem fio podem receber vídeos em streaming, baixar música, navegar pela web e executar jogos, e seu objetivo é conquistar usuários ao preencher uma suposta lacuna existente entre os celulares inteligentes e os laptops.
Todos eles disputam atenção antes do muito aguardado anúncio pela Apple de um tablet com tela de 10 a 11 polegadas, no final de janeiro. O novo aparelho pode redefinir a categoria, da mesma maneira que o iPhone fez entre os celulares.
Céticos
Mas alguns analistas duvidam que os tablets ou slates atraiam o interesse dos consumidores, porque estarão chegando a um mercado já lotado de netbooks, leitores de livros eletrônicos, celulares inteligentes e laptops, de todas as configurações.
Van Baker, analista do Gartner, está cético quanto à categoria como um todo, afirmando não compreender que funcionalidade os tablets poderiam oferecer para convencer consumidores a pagar centenas de dólares por um deles.
"A Apple talvez consiga", disse Baker, apontando, no entanto, que iPhone, iPod e Macbook já são vendidos por preços mais elevados que a média de seus categorias, o que pode ajudar a empresa a persuadir os consumidores a adquirir um tablet com preço entre US$ 500 e 800.



À mostra em Las Vegas
A maioria dos fornecedores de produtos tecnológicos que exibiram protótipos na CES manteve a discrição sobre preços e potenciais datas de lançamento. A Apple mesma ainda não discutiu em público o seu possível tablet.
Mas a HP, maior fabricante mundial de computadores, confirmou na quinta-feira que lançará um tablet ainda este ano, com tela sensível a toques, sistema operacional Windows 7 e conexões WiFi e 3G. O presidente-executivo da Microsoft, Steve Ballmer, demonstrou o aparelho em sua palestra na CES, na quarta-feira.
O copresidente executivo da Motorola, Sanjay Jha, disse que a empresa estava estudando produzir um tablet. Outro executivo da empresa, Dan Schoch, demonstrou um protótipo de um "tablet de mídia", com tela de sete polegadas e acionado pelo sistema operacional Google Android, modem Motorola e chip da Nvidia.
Schoch declarou que o tablet seria vendido por cerca de US$ 300 e estaria pronto para comercialização no quarto trimestre, mas que sua chegada ao mercado depende de fatores como a implementação bem sucedida de uma rede avançada de telefonia móvel pela Verizon Wireless.


A Dell demonstrou um possível slate com tela de cinco polegadas que parece um celular inteligente ampliado, e disse que estava estudando diferentes tamanhos de tela. Jen Hsen-Huang, presidente-executivo da Nvidia, disse que diversos aparelhos novos equipados com o chip Tegra, de sua empresa, serão lançados, e definiu 2010 como o ano da "revolução dos tablets".
Doug Reid, analista da Thomas Weisel Partners, estimou que o mercado geral de tablets em 2010 ficará entre US$ 3,5 bilhões e US$ 5,3 bilhões, crescendo a US$ 30 bilhões em 2014, impulsionado pela Apple. Mas ele disse que os tablets poderiam roubar vendas de netbooks e laptops, e estimou preço médio de venda de US$ 700 para um produto dessa categoria.
Por enquanto, os tablets parecem estar separados de leitores eletrônicos como o Kindle, da Amazon.com, cujo uso principal é a leitura de livros e periódicos digitais, sem grandes funções multimídia. Mas os leitores eletrônicos também estão ganhando popularidade, com diversos modelos novos exibidos na CES.


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