Sob pressão de se reinventar no segmento de smartphones, a Nokia demitiu seu diretor de vendas nesta quinta-feira e prometeu mais cortes substanciais de custos.
A companhia finlandesa fechou o primeiro trimestre deste ano com prejuízo ligeiramente maior que o esperado, de 0,08 euro por ação --ante expectativa média de 0,07 euro de analistas consultados pela Reuters.
Na semana passada, a Nokia havia alertado que os negócios com celulares teriam perdas no primeiro semestre deste ano porque as vendas dos novos aparelhos com o sistema Windows Phone não compensariam a queda na comercialização de modelos anteriores.
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| Nokia Lumia 800, um dos smartphones da empresa com o sistema Windows Phone, da Microsoft |
Analistas dizem que o presidente-executivo da empresa, Stephen Elop, precisa melhorar as vendas dos novos celulares inteligentes Lumia até o final deste ano, antes que investidores comecem a questionar sua estratégia. Os novos modelos são a principal arma da Nokia contra as rivais Apple e Samsung Electronics.
"Precisa ocorrer uma reversão significativa no segundo semestre deste ano ou surgirão questões sérias sobre o futuro da Nokia e de sua atual equipe de gestão", diz Ben Wood, diretor de pesquisa da CCS Insight.
"Ao ritmo atual, a divisão móvel, de celulares inteligentes, está gerando tamanhos prejuízos e consumindo caixa tão rápido que é preciso que garanta uma reversão antes do final do ano", diz Mikael Rautanen, analista da Inderes. "Eles precisam cortar custos agressivamente ou gerar novas vendas para crescer, mas no momento o cenário de ampliar vendas parece incerto."
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| Steve Ballmer, da Microsoft (à esq.), Stephen Elop, da Nokia (centro), e Ralph de la Vega, da AT&T, seguram o smartphone Lumia 900 |
DECEPÇÃO E MUDANÇAS
Elop, que lançou o plano de recuperação da Nokia em fevereiro de 2011, diz que as vendas dos novos celulares Lumia, equipados com o sistema operacional Windows e nos quais a companhia está depositando suas esperanças, vêm apresentando números irregulares.
"Superamos as expectativas em alguns mercados, como o dos Estados Unidos, mas ganhar ímpeto em outros mercados, como o do Reino Unido, foi um desafio maior. Estamos claramente decepcionados com o nosso desempenho no primeiro trimestre", disse o presidente-executivo.
Como parte de uma reestruturação da equipe para promover maiores vendas, a Nokia anunciou nesta quinta-feira que o diretor do setor, Colin Giles, deixará a empresa em junho. Niklas Savander, diretor de mercados, assumirá a área.
Para a analista da empresa de pesquisas Gartner, Carolina Milanesi, o cargo de Elop por enquanto está seguro. "Diria que ele tem até fevereiro de 2013 --quando a mudança de rumo da empresa completará dois anos-- para provar que sua estratégia era a correta. Isso permitirá que ele aproveite as vantagens de uma nova versão do Windows Phone e a temporada de festas de fim de ano."
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