quinta-feira, 19 de abril de 2012

Desempenho da Apple infla resultados do setor de tecnologia


Quando as ações da Apple caem, o desempenho de Wall Street como um todo corre risco?
A influência desproporcional da Apple sobre o setor de tecnologia e o mercado de ações em geral ficou muito evidente quando as ações da fabricante do iPad caíram 4,1% nesta segunda-feira.
Companhia dominante do mercado de ações, a Apple responde por um terço da alta de 20% do setor de tecnologia no índice S&P 500 em 2012, o melhor desempenho entre os dez setores do índice de ações das 500 maiores empresas dos EUA.
Sede da empresa em Cupertino, California; influência da Apple no desempenho do setor de tecnologia mascara resultados
O problema é que o sucesso da empresa pode estar mascarando uma tendência do mercado mais amplo em direção a um crescimento mais lento do lucro.
As companhias de tecnologia devem registrar alta de 7,5% no lucro neste primeiro trimestre, de acordo com estimativas da Reuters.
PODER DA MAÇÃ
Se a Apple for excluída da lista, o setor de tecnologia estaria diante de uma queda de 0,3% em seu lucro.
"Parece que a cada trimestre, a cada ano, todos preveem que a tecnologia se sairá muito bem, mas, sem a Apple, o setor não cumpriria essas expectativas", diz Daniel Morgan, um dos administradores de ativos da Sinovus Trust Company, de Atlanta, que detém 30 mil ações da empresa.
Os resultados trimestrais apresentados até o momento por grandes empresas de tecnologia pouco fizeram para inspirar Wall Street.
GOOGLE, MICROSOFT E OUTRAS
Na semana passada, o Google anunciou resultados que confirmavam projeções, e os resultados da IBM e da Intel, anunciados na noite desta terça-feira, não resultaram em uma onda de compras. As ações das três companhias fecharam em baixa nesta quarta.
Faltam os resultados da Microsoft, que serão conhecidos nesta quinta-feira, e os da Texas Instruments, que saem na segunda. A Apple divulgará seus números na terça.
MARGEM DE LUCRO
Além do lucro líquido, outro indicador crucial de desempenho de uma empresa são as margens de lucro, que indicam a medida de controle que ela exerce sobre seus custos.
As margens de lucro são maiores na tecnologia que nos demais setores do S&P 500, mas boa parte dessa vantagem também se relaciona à Apple.
No primeiro trimestre deste ano, a margem de lucro do setor de tecnologia foi estimada em 17%. Sem a Apple, o resultado cairia para 15,7% --o que derrubaria a tecnologia ao segundo posto no quesito, atrás de serviços financeiros.
DEPENDÊNCIA
Se consideradas as receitas, a previsão de crescimento do setor de tecnologia é de 6,7% --excluindo a Apple, a alta deve ser de 2,3%.
As ações da Apple representam 4,5% do índice S&P 500, um patamar que não era visto desde 2009, quando a Microsoft chegou a 4,9%.
"A Apple meio que nos liderou até este ponto", diz Morgan. "A questão agora é: algum dos outros nomes começará a avançar se a Apple não se sair tão bem?"

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