Hoje, essa comunicação é feita por rádio e depende de um operador para digitalizar os dados e coordenar as operações. O uso de tablets com software de transmissão de vídeo e dados permitirá que as viaturas se comuniquem diretamente com a central.
Policiais dentro da viatura equipada com tablets no quartel da Policia Militar no centro da cidade |
O objetivo é aliviar operadores intermediários e liberar mais policiais para atuar nas ruas. A fabricante dos tablets é a empresa mineira MXT.
Segundo a PM, a novidade vai custar R$ 60 milhões.
O novo sistema de monitoramento será possibilitado pela tecnologia LTE (Long Term Evolution), rede sem fio de banda larga que opera em modulação similar à de redes locais de Wi-Fi. Considerada uma evolução do 3G, a LTE promete garantir a estabilidade.
Segundo o coronel Alfredo Deak Jr., diretor de tecnologia da PM, as redes 3G disponíveis no país não foram cogitadas para uso policial por concorrerem com a infraestrutura civil e estarem sujeitas a congestionamentos, que comprometeriam as operações.
A LTE, que atinge velocidade de 60 Mbps dentro da viatura, garante a transmissão de imagens de vídeo em tempo real entre os tablets, a central e o local de ação. Para Deak Jr., essa possibilidade é uma quebra de paradigma na segurança dos policiais, que poderão acompanhar a ação antes de chegar ao local.
Além de atender à PM, a rede visa a integração com outros órgãos de segurança pública, como a Polícia Federal e o Corpo de Bombeiros.
PADRONIZAÇÃO
Do ponto de vista técnico, o mais importante é a padronização do espectro, diz o diretor. "Imagine que quero fazer uma operação com a PF. Se temos um espectro de LTE para segurança pública, a PF entra na minha rede, e eu converso com a rede dela. Hoje, para fazer isso, preciso falar com uma pessoa, porque as redes são dispersas e não se comunicam entre si".
Coronel Alfredo Deak Jr., diretor de tecnologia da PM, posa com tablet |
Os testes da PM estão sendo realizados na faixa de frequência de 700 MHz, padrão mundial para serviços de segurança pública. Para que ela seja efetivamente implementada, é preciso definir uma regulamentação para a rede.
A intenção da PM, segundo o coronel Deak Jr., é adotar o padrão americano, que separa blocos de banda distintos para uso civil e militar, permitindo a convergência quando houver interesse.
Um exemplo é o acordo entre a polícia e entidades civis sobre a transmissão de imagens de câmeras para atender a emergências. Acordos dessa natureza com bancos já estão em andamento.
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