quarta-feira, 27 de julho de 2011

Presidente da HP vê volta por cima como projeto de longo prazo

Reverter a crise da Hewlett-Packard é um projeto de longo prazo que requererá mais investimento na companhia, declarou Ray Lane, presidente do conselho da empresa e investidor no ramo de capital para empreendimentos.
Depois de dois trimestres decepcionantes caracterizados por cortes nas expectativas de vendas, alguns observadores em Wall Street começam a questionar se a estratégia de foco na computação em nuvem e software móvel adotada pelo presidente-executivo Leo Apotheker dará frutos.
Mas Lane, um dos sócios-diretores da Kleiner Perkins Caufield & Byers, contratado pela HP na mesma época em que Apotheker, depois da queda do ex-presidente executivo Mark Hurd em função de um escândalo, argumentou que o novo líder da companhia estava pagando por erros do passado.
Lane disse que as medidas ferozes de cortes de custos dos dois presidentes-executivos anteriores haviam sufocado a inovação em uma das empresas mais representativas do Vale do Silício, renomada no passado por seus produtos inovadores.
"Não é um trabalho que se faça em três meses", disse Lane, acrescentando que Apotheker tem por foco o crescimento da empresa em longo prazo.
"Mark Hurd não investia", disse Lane, que também foi executivo importante da Oracle. "Ele queimou a mobília para satisfazer Wall Street."
"Leo não é assim", acrescentou Lane, que conhece o presidente-executivo da HP há 20 anos.
Apotheker, um executivo vindo de fora do Vale do Silício cuja indicação não foi bem recebida por Wall Street, reformulou o comando da HP e conduziu a empresa a novos mercados.
Entretanto, ele decepcionou os investidores ao reduzir por duas vezes as projeções de faturamento da companhia, desde que assumiu, o que gerou dúvidas sobre sua capacidade de gerar crescimento.
Desde que Apotheker, antigo presidente-executivo da SAP, assumiu, oito meses atrás, as ações da companhia caíram em 11%, ante uma alta de 13% para o Nasdaq.
Os últimos 10 anos viram a HP envolvida em uma complicada aquisição da Compaq, na controvertida gestão de Carly Fiorina como presidente-executiva e em um escândalo de espionagem no conselho, além da derrubada de Hurd.

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