domingo, 25 de abril de 2010

Privacidade é questionada por gurus da tecnologia

"Você não tem privacidade. Supere isso!". Essa foi uma das primeiras frases do hacker Kevin Mitnick em sua apresentação "Minha vida como um hacker", publicada no YouTube em julho de 2008 (bit.ly/mitnickprivacidade). Mitnick se junta a outros gurus da tecnologia que defendem que a privacidade é um conceito em mutação.
Para Mark Zuckerberg, executivo-chefe do Facebook, a era da privacidade acabou. De acordo com o blog ReadWriteWeb (readwriteweb.com.br), Zuckerberg disse diante de uma plateia que, se tivesse que criar o Facebook novamente, as informações do usuário seriam colocadas públicas e não privadas.

O site funcionava com as informações fechadas até dezembro de 2009, quando fez uma controversa mudança. Para Zuckerberg, na época da fundação do Facebook as pessoas duvidavam se alguém colocaria qualquer informação na internet. "Nos últimos cinco ou seis anos, o ato de blogar decolou de maneira significativa. As pessoas têm se sentido mais confortáveis não só com o compartilhamento, mas também com isso sendo feito de uma forma aberta e com mais pessoas".
"Essa norma social é apenas algo que tem evoluído ao longo do tempo", disse o executivo-chefe do Facebook. Veja o vídeo com a entrevista de Zuckerberg em bit.ly/markentrevista.
As normas parecem estar mudando. De acordo com um estudo do Pew Internet Survey, lançado em 2009, quase 40% das pessoas com perfis on-line desabilitaram as opções de privacidade, informou o site de tecnologia Cnet.
Google
O gigante Google foi alvo de discussões no lançamento do Street View, o questionado serviço que fotografa cidades ao redor do mundo.
Em agosto de 2008, ao ser acionado judicialmente por um casal que teve a casa fotografada e divulgada, o Google defendeu o serviço com a frase "privacidade completa não existe", segundo o site PC Advisor (saiba mais sobre o andamento do processo em bit.ly/processogoogle).
O Google também sofreu com acusações recentes em relação à privacidade no seu novo serviço Google Buzz, que trazia configurações automáticas consideradas invasivas por alguns usuários.
Eugene Kaspesrky, executivo-chefe e fundador da empresa russa de segurança Kaspersky, pensa a privacidade dentro do prisma da cibersegurança. "Não há privacidade na internet se você viola a lei. Se você se comporta direito, o governo não está interessado em você. Mas, se você fizer algo errado, ele pode procurar o seu provedor e tomar providências", disse Kaspersky à Folha. Ele esteve no Brasil na semana passada para um evento.
O fundador da empresa de segurança contou um caso curioso em que um cibercriminoso foi descuidado e acabou ajudando nas investigações da polícia. Segundo ele, um pirata da rede que atuava no Reino Unido se mudou para o Canadá para tentar fugir da polícia e esperar as notícias em relação a seus crimes esfriarem.
Apesar disso, ele esqueceu de mudar suas credenciais e continuou jogando World of Warcraft com a mesma senha e foi pego pela polícia.
Mas "a maioria dos cibercriminosos sabe se comportar de um jeito anônimo, se esconder e dificultar as investigações", ressalta Kaspersky. Leia mais trechos da entrevista em folha.com.br/circuitointegrado.
Legislação
Nos Estados Unidos, um grupo de empresas de tecnologia que inclui gigantes como AT&T, Google e Microsoft disse ter se reunido para pressionar o Congresso por uma melhora na força das leis que protegem as informações digitais privadas do acesso ao governo, segundo o "New York Times".
O grupo também disse querer guardar informações de localização coletadas por empresas de celular e provedores.

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