Um dos principais historiadores do Reino Unido, Orlando Figes admitiu que publicou resenhas anônimas elogiando o próprio trabalho na Amazon, a loja virtual de livros.
O caso, revelado pelo jornal britânico "The Guardian", tornou-se um escândalo no mundo acadêmico. Além de se autopromover, Figes fazia comentários pouco elogiosos aos colegas.
A princípio, o advogado de Figes negou que o cliente fosse o autor das resenhas e ameaçou os acusadores de processo. Depois, em comunicado, Figes culpou a mulher, a advogada Stephanie Palmer, pelo trabalho sujo.
Finalmente, na semana passada, Figes, que é professor de história em Birkbeck, na Universidade de Londres, admitiu toda a responsabilidade pelos textos. Ele argumentou que estava "sob intensa pressão" e que "tinha cometido os erros mais idiotas". Ele ainda pediu desculpas aos envolvidos.
Robert Service, que trabalhou ao lado de Figes e descrito como "horrível" em textos na Amazon, afirmou ao "Guardian" que sentia "alívio" pela revelação dos fatos.
"Tenho plena consciência de que ele fez um algo muito mau e agiu sozinho, se ele tem muito dinheiro e malícia, pode intimidar a todos --e isso inclui tanto os estudiosos quanto os jornalistas", disse Service, professor de história da Rússia em Oxford.
John Sutherland, professor de inglês no College London, sugeriu que o emprego de Figes em Birkbeck poderia estar por um fio.
"Em geral, o meio acadêmico é muito tolerante", disse ele. "É evidente que Figes é uma estrela, e Birkbeck necessita delas para ser bem avaliada. Por outro lado, ele fez algo que é desonesto e questionável."
Figes não foi encontrado pelo "Guardian" para comentar o assunto. Um porta-voz de Birkbeck disse que ele estava doente e que a universidade estava dando apoio a ele.
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