sexta-feira, 30 de abril de 2010

Estudante que entrou no e-mail de Sarah Palin é declarado culpado nos EUA

Um tribunal federal declarou culpado nesta sexta-feira o universitário David Kernell, que entrou sem autorização no e-mail da ex-candidata republicana a vice-presidente dos Estados Unidos, Sarah Palin.
Após quatro dias de julgamento, Kernell, 22, filho de um parlamentar democrata do Tennessee, também foi declarado culpado de obstrução à Justiça.

Em setembro de 2008, Kernell usou um pouco de pesquisa e de adivinhação para responder a perguntas de segurança e ganhar acesso ao email pessoal de Palin. Na época, relatórios publicados questionavam se a então governadora do Alasca tinha usado impropriamente seu email pessoal para conduzir assuntos de negócio.
Kernell leu o conteúdo da conta, copiou a lista de contatos eletrônicos de Palin assim como outras informações pessoais, parte da qual colocou em um site na internet.
Além disso, antecipando-se à tarefa de agentes do FBI (polícia federal americana), começou a apagar os documentos e a informação que tinha conseguido.
O advogado de Kernell alegou durante uma semana de julgamento que se tratou apenas de uma brincadeira de faculdade, mas promotores insistiram que ele esperava prejudicar a campanha dos republicanos.
Resposta
Palin foi a candidata do Partido Republicano a vice-presidente dos EUA na chapa liderada pelo senador John McCain como candidato presidencial nas eleições de 2008.
Palin postou uma declaração na rede social Facebook, agradecendo ao júri e aos promotores e explicando a importância do caso.
"Além da óbvia invasão de privacidade e questões de segurança envolvendo o assunto, muitos de nós estamos preocupados com a integridade das eleições em nosso país. As eleições na América dependem de competição livre", disse o comunicado.
"Violar a lei, ou simplesmente invadir a privacidade de alguém para ganho político, há muito é repugnante para o senso americano de jogo justo. Como Watergate nos ensinou, nós corretamente rejeitamos invadir ilegalmente a comunicação pessoal dos candidatos para intriga política numa tentativa de mudar o rumo de uma eleição."
Kernell pode ser condenado a um ano de prisão e a pagar US$ 100 mil (R$ 173 mil) de multa por acesso não autorizado e a 20 anos de prisão e ao pagamento de uma multa de US$ 250 mil (R$ 432 mil) por obstrução da Justiça. Ainda não foi definida a data para determinar a sentença.
Kernell não comentou o caso. Ele foi solto, mas proibido de usar um computador, exceto para mandar emails e para fazer trabalhos de faculdade.

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