A equipe por trás da descoberta sugere que o método deve ser usado por varejistas ou bancos para detectar se você está acessando sua conta sob estresse extremo ou coação.
Há muito se sabe que os ritmos do estilo de digitação de uma pessoa são estáveis ao longo do tempo, levando a sugestões que poderiam ser utilizadas para verificar a identidade, ou mesmo detectar sinais precoces da doença de Alzheimer. Mas pouco se sabe sobre o efeito do estresse sobre os padrões de digitação, segundo investigaram o psicólogo Mike Dowman e colegas da Universidade de Abertay, Reino Unido.
Teste de estresse
Eles pediram a 35 pessoas para que se logassem em um computador 36 vezes, ao longo de três sessões intercaladas por até um mês de intervalo, usando o mesmo nome de usuário (abertayexperiment) e senha (understandsomething).
As pessoas foram colocadas em estados de estresse e neutralidade, alternadamente, por meio da audição de uma série de sons conhecidos, a fim de evocar emoções particulares --desde papel amassando suavemente, passando por discussão de casais, até sirenes de emergência.
O tempo de cada tecla pressionada, assim como o intervalo entre uma e outra sendo liberada e pressionada, foi gravado para criar uma "impressão digital" da digitação de cada um. Eletrodos foram fixados nas mãos dos datilógrafos para detectar a partir da transpiração --um sinal de estresse também explorado por detectores de mentira.
A partir daí, o grupo usou os dados para desenvolver e testar softwares que identificassem uma pessoa a partir do seu estilo de digitação subjetivo. Usando apenas 36 caracteres, de detalhes de login, a pesquisa foi capaz de identificar corretamente 97,2% dos usuários, em um total de 42.840 logins. Não era incomum, no sincronismo de uma pessoa, a variação de apenas 20 milésimos de segundo entre dois logins de uma semana de intervalo, diz Dowman.
Os dados também mostraram que o stress podia ser detectado na digitação de uma pessoa porque ela variava os padrões de tempo (por exemplo, pressionando as teclas de forma mais curta, em média) --embora datilógrafos mantivessem seu estilo identificável.
"Não há dúvida: as pessoas fazem digitações diferentes sob estresse", diz Dowman. Ele sugere que sistemas de segurança podem ser concebidos para emissão de um alarme, caso pareça que uma pessoa seja obrigada a entrar em um sistema, tanto em um caixa eletrônico quanto em uma conta on-line. Mais pesquisas serão necessárias, entretanto, antes de um sistema identificar se uma pessoa está, por assim dizer, apenas tendo um dia ruim ou sendo rendida por homens armados.
Adeus às senhas
Neil Barrett, consultor de segurança informática e professor-visitante do Centro de Computação Forense e Segurança da Universidade de Cranfield, Reino Unido, diz que a taxa de sucesso do sistema é semelhante à de outros sistemas biométricos em uso, tais como voiceprints ou os scanners de impressões digitais incorporados a laptops.
Com novas melhorias para reconhecimento do estilo de digitação, as senhas podem já não ser necessárias para alguns sistemas, diz ele. "Você pode ter as características de identificação da forma como elas são digitadas em seu nome de usuário."
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