Se você passou a infância ou a pré-adolescência na década de 80, provavelmente jogos de tabuleiro com dados, bonequinhos de plástico e dinheiro falso causam lembranças nostálgicas.
Com cerca de meio século de história, clássicos como Monopoly e Risk (no Brasil, lançados pela Hasbro e serviram de inspiração para outros jogos mais conhecidos como Banco Imobiliário e War) encontraram um novo ambiente para enfrentar a concorrência de videogames e PCs: os tablets.
A reinvenção parece ter dado certo. O aplicativo do Monopoly para iPad está constantemente no top 30 dos jogos pagos mais baixados da App Store.
Na época de lançamento, em agosto do ano passado, o joguinho chegou a ocupar o top 10 da lista geral de aplicativos pagos. Em outubro deste ano, o Monopoly ocupou a 19° posição no ranking geral, segundo o site de monitoramento on-line AppAnnie (appannie.com).
Só para lembrar, a App Store tem cerca de 425 mil programas disponíveis.
O modelo de jogo é tão popular na loja que Assassin's Creed, série de games para PC, Xbox 360 e PlayStation 3, lançou uma versão de jogo de tabuleiro para iOS.
Já a plataforma Android conta apenas com os jogos mais simples de tabuleiro, como damas, xadrez e resta um.
Depois de inventar até uma máquina de débito eletrônica para o Banco Imobiliário, a Estrela entrou na onda internacional de digitalização dos jogos de tabuleiro.
A plataforma alvo é também o iPad. Segundo o presidente da companhia, Carlos Tilkan, pelo menos quatro jogos estarão disponíveis para compra até março de 2012. Os candidatos são: Cara a Cara, Pula Pirata, Pula Macaco, Combate, Jogo da Vida e, claro, Banco Imobiliário.
A "ressurreição" dos jogos na prancheta eletrônica da Apple é uma tentativa de atrair o público mais jovem, acostumado com videogames e smartphones, para aumentar em 20% o faturamento anual da Estrela, que hoje é de R$ 135,4 milhões.
Em 2009, a empresa teve de recorrer ao Refis (Programa de Recuperação Fiscal) por conta de uma dívida de R$ 47,4 milhões em impostos.
Questionado se as versões digitais não poderiam tirar um pouco da diversão dos jogos de tabuleiro, Tilkian é enfático: "Ao contrário. No ambiente virtual podemos adicionar várias funções novas ao jogo. Por exemplo, no Pula Macaco, podemos fazer o macaco dar piruetas e controlar a velocidade dele", diz.
Apesar disso, o executivo diz que os jogos em tabuleiro físico não serão deixados de lado. "Os tablets vieram para complementar, não para substituir".
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