segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Morozov, o 'cibercético', estreia coluna na Folha.com


Pesquisador-visitante da Universidade Stanford, o bielorrusso Evgeny Morozov estreia hoje coluna mensal na Folha.com. Autor do livro "The Net Delusion" (a ilusão da rede, em inglês; livro inédito no Brasil) e de artigos no "New York Times" e na revista "The Economist", Morozov ficou conhecido nos EUA por questionar o conceito de que a internet seja sinônimo de mais liberdade e democracia.
É um "cibercético", que, em seu livro, defende que as mídias sociais criaram uma geração passiva, preguiçosa, que acredita, equivocadamente, que mobilizações pela internet têm o mesmo peso do ativismo no mundo real.
Em "The Net Delusion", Morozov também questiona qual o peso exato que esse ativismo digital tem em revoluções e movimentos de mudança social e argumenta que a rede abre, sim, espaço para opositores de regimes, mas também concede mais poder a ditadores.
Evgeny Morozov, que questiona o conceito de que a internet seja sinônimo de mais liberdade e democracia
Além da Folha.com, a coluna mensal de Morozov será publicada simultaneamente em outros veículos no exterior, como a revista eletrônica americana "Slate" e os jornais "El País" (Espanha), "Corriere della Sera" (Itália) e "Frankfurter Allgemeine Zeitung" (Alemanha).
Sobre a coluna, Morozov diz que planeja "navegar no terreno controverso da internet com a mente aberta, mas também com um olhar para a teoria democrática, a cidadania e o pluralismo".
Os temas principais, segundo o autor, serão privacidade, segurança, monitoramento e o futuro dos protestos movidos pela web, além das questões mais polêmicas da governança global via internet.
O primeiro artigo de Morozov na Folha.com já é um exemplo do espírito contestador do autor, com críticas à prática do Facebook de rastrear usuários. "Imagine se um funcionário do supermercado mais próximo de sua casa o seguisse pela cidade em um carro equipado com câmeras, depois de você fazer compras por lá: é exatamente isso que o Facebook está fazendo", escreve Morozov.
O ponto central do texto de estreia é uma crítica ao "compartilhamento sem fricção" proposto pelo Facebook, que faz com que os usuários compartilhem automaticamente com seus amigos todos os seus produtos favoritos. Para Morozov, tal proposta leva ao "medo de uma vigilância onipresente".

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