Duas notas de pesquisa distribuídas na manhã de segunda-feira sobre a Research in Motion apresentam visões fortemente contrastantes sobre a fabricante do BlackBerry.
Shaw Wu, analista da Sterne Agee, rebaixou sua recomendação quanto às ações da RIM a "neutra", em lugar de "compra", e disse antecipar que a concorrência intensificada prejudicará as margens da companhia canadense.
Já Gus Papageorgiou, analista da Scotia Capital, oferece a opinião oposta, e classifica as ações da empresa como "em baixa absurda" e defende a teoria de que a RIM tem capacidades únicas, que a ajudarão a manter as contas em dia por muitos anos.
"A RIM continua a ser uma empresa lucrativa, com base crescente de assinantes, mas suas ações estão sendo negociadas como se o negócio básico da companhia estivesse em crise", escreveu Papageorgiou, um dos poucos analistas que ainda mantêm perspectivas favoráveis quanto à RIM.
Já Wu afirma que o único motivo para que não recomende a seus clientes que vendam suas ações da RIM é o valor intrínseco da empresa como alvo de uma aquisição.
As ações da RIM, que na sexta-feira caíram a 15,98 dólares, sua mais baixa cotação em sete anos, registravam alta de três por cento nesta segunda-feira, cotadas a 16,50 dólares na Nasdaq.
Wu afirmou que as margens da RIM sofreriam impacto negativo em função de uma queda generalizada de sua rede semanas atrás e da crescente pressão de preços causada pela concorrência da HTC, Amazon.com, Samsung Electronics e Apple.
No começo de outubro, milhões de usuários do BlackBerry em quatro continentes ficaram sem serviços de e-mail, navegação na Internet e mensagens instantâneas em seus smartphones, depois de uma série de falhas na rede fechada da RIM.
"Os problemas na rede... provavelmente vão impor pressão sobre as margens da companhia nos serviços e software, porque os clientes, tanto empresariais quanto individuais, exigirão descontos e terão de receber concessões", disse Wu.
Para Papageorgiu, a rede da RIM é uma vantagem única que destaca a companhia, permitindo planos de dados sob medida e reduzindo o tráfego nas redes das operadoras. "E essa vantagem não desaparecerá em breve", ele escreveu.
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