segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Bill Gates é testemunha em processo de US$ 1 bi contra a Microsoft


Bill Gates foi testemunha nesta segunda-feira (21) em um processo antitruste de US$ 1 bilhão que acusa a Microsoft de enganar um concorrente antes do lançamento do Windows 95.
Vestindo um terno cinza e uma gravata amarela, Gates foi a primeira testemunha a depor enquanto advogados da Microsoft apresentavam o seu caso no julgamento que está em andamento no tribunal federal em Salt Lake City por cerca de um mês.
A Novell, baseada em Utah, processou a Microsoft em 2004, alegando que a empresa de Redmond violou as leis antitruste dos EUA por meio de seus acordos com outros fabricantes de computadores, quando lançou o Windows 95. A Novell diz que mais tarde foi forçada a vender o WordPerfect com um prejuízo de US$ 1,2 bilhão.
Bill Gates chega a tribunal em Salt Lake City para testemunhar em processo da Novell contra a Microsoft
A empresa argumenta que Gates mandou engenheiros da empresa a rejeitar o WordPerfect como um aplicativo para Windows 95 porque ele temia ser um programa bom demais. Depois disso, a fatia de mercado do WordPerfect despencou de quase 50% para menos de 10%, enquanto os próprios programas de escritório da Microsoft cresciam.
O advogado da Novell Jeff Johnson admitiu que a Microsoft não tinha a obrigação legal de fornecer acesso antecipado ao Windows 95 para que a Novell pudesse preparar uma versão compatível do WordPerfect. A Microsoft, porém, teria induzido a Novell a trabalhar em uma versão, apenas para retirar o suporte meses antes de o Windows 95 chegar ao mercado, disse Johnson.
O advogado da Microsoft David Tulchin disse que Gates decidiu contra a instalação do WordPerfect porque o programa ameaçava travar o Windows e não poderia ser corrigido a tempo para o lançamento. Ele argumentou que a oportunidade perdida da Novell é culpa da própria empresa, e que a Microsoft não tinha a obrigação de dar uma mão a um concorrente.
"A Novell nunca reclamou com a Microsoft", disse Tulchin na sexta-feira. "Não há nada nas provas, não há documentos."
Johnson mantém a versão de que a Novell foi enganada, em violação das leis federais antitruste. "Fomos esfaqueados nas costas", disse ele.
A Microsoft diz que as alegações são infundadas.
Na sexta-feira, o juiz Frederick Motz expressou dúvidas de que as reivindicações da Novell tenham mérito.
"Eu não vejo por que tenho que dar um produto para um concorrente para que ele possa me vencer", disse Motz a advogados da Novell.


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