segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Só preço salva o Kindle Fire, tablet da Amazon


A princípio, ele lembra o popular slogan de eletrodomésticos brasileiros. Afinal, o Kindle Fire não é, assim, nenhum iPad. Quando se vê o preço, porém, o novo tablet da Amazon vira uma opção deveras interessante para quem cobiça o aparelhinho, mas hesita quanto a seu uso.
O Fire, encarnação de tela colorida e sensível ao toque do leitor eletrônico que a Amazon lançou em 2007, serve para bem mais do que ler (e comprar) livros: navega na internet, roda jogos e vídeo, tem aplicativos de toda sorte e lê documentos com extensões PDF, DOC e outras.
Sem câmera, sem GPS e com tela menor, precisa evoluir para se comparar ao iPad. Mas como reclamar diante do preço de US$ 200, 60% menor que o do rival?
O ponto mais frágil está na oferta de apps, mais limitada. Os aplicativos dos jornais são basicamente versões coloridas do que havia no Kindle original, sem interatividade (revistas, como a "Wired", já têm versões próprias). Além disso, a loja criada pela empresa não funciona fora dos EUA (leia mais ao lado).
Também faltava o YouTube. Em seu lugar, um player pouco amigável para o site de vídeos, o FREEdi, não rodou no teste da Folha.
A julgar pelo que ocorreu com o Android, entretanto, é de esperar que o número de apps -hoje vagamente classificado pela Amazon como "milhares"- se multiplique logo. O sistema operacional utilizado pelo Fire, aliás, é uma versão adaptada daquele criado pelo Google.
Funciona bem. Mas alguns detalhes que aumentam os passos na navegação, como a tela que enfileira aplicativos ou os categoriza, tiram pontos diante do ultrainstintivo iOS 5, da Apple.
Uma das características trompeteadas pela Amazon é a rapidez de seu novo navegador, o Amazon Silk. É fato. Mas a resposta ao toque -zoom e rotação, ou o toque para acionar vídeos- é lenta, e às vezes engasga.
Diferentemente do que se torna frequente com o iPad, os sites não reconhecem imediatamente o Fire como tablet e carregam sua versão completa. Porque a tela é significativamente menor, a leitura se torna menos confortável do que no rival.
Faz falta também um ajuste de som no próprio aparelho -o controle, virtual, aparece na tela. Já a qualidade dos vídeos é excelente, mesmo com a tela menor.
Dois pequenos trunfos do Fire sobre o iPad são a porta Micro-USB e a portabilidade (o rival pesa 50% mais).
Ao evoluir, porém, o Fire deixou de lado aquilo que fazia seu irmão mais velho tão especial frente ao iPad: o conforto para ler livros.
Ainda estão ali dicionários, marcações e consultas. Mas a tela luminosa é bem menos confortável aos olhos do que a de E Ink dos Kindles antigos, e o peso é 2,5 vezes maior. Além disso, a bateria da versão simples durava até um mês -no Fire, a promessa é de oito horas em uso intenso.

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