quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Debate sobre projeto antipirataria nos EUA confunde público



Além da retórica vaga do Sopa, o lobby intenso dos dois lados do debate deixou o público no escuro.
Os deputados que participaram da audiência da Comissão Judiciária da Câmara na quarta-feira passada (16), acompanhada pela Folha, se mostraram confusos ao falar da necessidade de proteger os direitos autorais sem contudo recair na censura ou prejudicar o comércio on-line.
"Que efeito isso terá sobre os pequenos negócios?", perguntou o deputado Bob Goodlate, aludindo a uma possível fuga de anunciantes.
Há controvérsia, aliás, sobre a forma como a proposta é tratada na Câmara. Na audiência da comissão, cinco das seis testemunhas convocadas a depor defendiam o Sopa. Apenas Katherine Oyama, do Google, falou contra.
Pesquisa da Universidade Columbia expõe a desinformação resultante da guerra de versões. As respostas do público se invertem conforme se enuncia a questão.
Invariavelmente, a maioria defende punição aos piratas. Mas, quando as palavras "censura" e "intervenção do governo federal" entram na conta, o apoio encolhe.
Multas são vistas como a pena mais adequada. E 54% acham que cabe à Justiça decidir sobre os casos --não ao Executivo e às empresas que tiveram os direitos violados, como propõe o Sopa.
Outra solução respaldada nas respostas do público é o barateamento de serviços pagos de distribuição de conteúdo, como o Netflix.
O assunto é tratado como urgente, pois o problema cresce em ritmo tecnológico. Quase metade dos que responderam à pesquisa (46%) admitiram ter acessado conteúdo pirata. Se a pergunta é feita a adultos com menos de 30 anos, o número vai a 70%.
A Câmara deve votar o Sopa até o fim deste ano. No Senado, corre uma proposta similar, a Lei para Proteger a Propriedade Intelectual (Pipa, em inglês).

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