Músicos que querem levar sua obra ao público final sem pagar a carga de
comissões entre os "atravessadores", de até 60%, estão usando a internet
como aliada.
Plataformas online que prometem distribuir conteúdo com descontos menores é uma alternativa.
Uma delas, a ONErpm, comentou sobre o modelo de distribuição virtual que
combate os intermediários hoje na Campus Party, feira de entretenimento
e tecnologia que acontece até domingo (23) em São Paulo.
Criada em setembro de 2010 com investimentos de um dos aficionados por
música digital - o americano Matt Olim, que criou o site CD Now, hoje
parte da Amazon.com - a companhia já tem mil artistas brasileiros
independentes que utilizam sua plataforma.
"Com a internet, não há mais espaço para os atravessadores na música",
afirma James Lima, um dos sócios da empresa para a América Latina.
Para conseguir fazer uma obra chegar às mãos do público final, os
músicos estão sujeitos a comissões pagas a gravadora, distribuidor local
- e eventualmente internacional - além de remunerar as lojas onde o CD
será vendido.
Pela plataforma da ONErpm, o álbum incluído no sistema pode ser
distribuído em lojas desde as virtuais, como iTunes, e canais de músicas
dos portais, e lojas de tons de operadoras de telefonia.
O modelo de negócios é baseado na cobrança de uma taxa única por álbum e
também em um percentual de 10% sobre o valor vendido. As taxas por
álbum variam entre R$ 60 e R$ 89.
A gravadora da dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó, também
independente, fechou parceria com a One na semana passada. Do negócio,
segundo Lima, surgirão três discos inéditos na internet.
Questionado sobre o modelo de negócios, Lima afirma que até o fim de
2011 a empresa precisa estar com 10 mil produtos - incluindo músicas e
álbuns -para começar a se pagar.
Embora seja aliada no combate aos "atravessadores", a internet é uma das
principais fontes de prejuízo para os próprios artistas, com a
pirataria. Estima-se que os downloads ilegais ultrapassem hoje 3 milhões
de faixas no Brasil.
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