A possibilidade de o governo criar um programa de incentivo para a
produção de tablets pode acelerar o amadurecimento do mercado nacional,
em um movimento semelhante ao que aconteceu com a indústria de
computadores cinco anos atrás.
Segundo a Folha apurou, o governo analisa formas de incentivar a
indústria brasileira para a fabricação dos tablets desde o início do
segundo semestre de 2010.
Uma das formas de incentivo, já debatida e retomada na semana passada
--durante a reunião que formalizou o programa Pró-UCA, que prevê a
distribuição de netbooks educacionais a escolas públicas do país--, é a
classificação dos tablets como PCs.
Procurados, representantes do Ministério das Comunicações e Ciência e Tecnologia não responderam aos pedidos de entrevista.
Hoje ainda existem dúvidas sobre a forma como esses aparelhos podem ser
enquadrados na legislação brasileira, o que também deixa os fabricantes
receosos.
A Samsung, que produz o Galaxy Tab, em Manaus, atribuiu ao aparelho a
condição de "smartphone", já que seu modelo tem capacidade para
funcionar como telefone celular. Já a Apple importou a maioria de seus
iPads como computador.
DESONERAÇÃO
Caso os tablets sejam considerados computadores pelo governo, poderão
aproveitar a desoneração prevista na lei nº 11.196 (Lei do Bem), que
reduz a cobrança de PIS e Cofins para computadores fabricados no Brasil.
"O enquadramento dos tablets como computadores, e, com isso, o
aproveitamento das regras da Lei do Bem, é o primeiro passo para a queda
de preços", afirma Helio Rotenberg, da Positivo Informática.
A empresa pretende lançar seu tablet no primeiro semestre de 2011.
Para Oscar Clarke, da HP, com maior escala e queda de preços, os tablets
deverão engolir os netbooks. "Isso se for possível chegar ao mesmo
patamar de preços", diz.
Segundo Clarke, existe a possibilidade de a companhia trazer o aparelho ainda no primeiro semestre.
Outras fabricantes que já pensavam em entrar no segmento devem ter um
empurrão a mais caso o plano de popularização do tablet avance. Entre
elas está a LG, que, segundo a Folha apurou, pretende trazer seu
aparelho no primeiro trimestre e, com ele, declarar a "guerra coreana" à
rival Samsung.
"Os fabricantes estavam receosos porque o mercado não amadureceu.
Medidas de incentivo podem impulsionar os tablets", diz Álvaro Leal, da
consultoria IT Data.
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