Os cerca de 125 mil visitantes que devem passar na grande feira de
tecnologia que se realiza esta semana em Las Vegas merecem ser
desculpados caso acreditem que voltaram no tempo.
No passado vista como mais importante evento para exibir as inovações
tecnológicas, a Consumer Electronics Show (CES) tem ficado à sombra de
uma companhia que nunca participa, nos últimos anos --a Apple. A
fabricante do iPad roubou as atenções usualmente reservadas à CES em
2007, ao revelar o iPhone em uma convenção rival. E este ano, o espectro
de um novo iPad está à espreita.
Ainda assim, legiões de executivos, jornalistas e nerds farão sua
peregrinação anual ao oásis cintilante no deserto de Nevada para
observar as mesmas coisas que viram no ano passado: televisores e
computadores tablets mais sofisticados.
"Quanto mais as coisas mudam, mais ficam iguais", disse Stephen Baker,
analista da NPD. "Estamos em um mundo de avanços graduais e não
monumentais, com progresso de alguns passinhos de cada vez."
No ano passado, uma série de leitores eletrônicos para livros e
periódicos foi o maior destaque do evento. Protótipos de tablets mais
elaborados foram exibidos, mas as empresas estavam esperando para ver
como a Apple se sairia com o iPad, lançado semanas depois da CES do ano
passado.
As imensas vendas do iPad inspiraram uma explosão de aparelhos
concorrentes mas sem muitas novidades, na feira deste ano. O mercado de
tablets deve disparar para mais de 150 milhões de unidades em 2011, e os
analistas antecipam que empresas como Motorola, Lenovo e Toshiba, entre
outras, usem a CES para demonstrar seus rivais para o iPad.
O veterano analista Roger Kay, da Endpoint Technologies, disse que a
maioria das empresas temia investir verbas de pesquisa em um mercado não
testado.
"As empresas tendem por natureza a ser cautelosas, e foram cautelosas
este ano; estão gastando menos. Estão menos dispostas a arriscar do que
era o caso em 2007. Mas existe um lado negativo nisso", disse.
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