A página na internet WikiLeaks, que na sexta-feira publicou quase 400
mil documentos secretos do Pentágono que mostram que o Exército
americano tolerou abusos durante a Guerra do Iraque, não é
antiamericano, afirmou o porta-voz do site, Kristinn Hrafnsson.
"Não somos antiamericanos", declarou Hrafnsson à rádio BBC 4, em uma
entrevista na qual considerou "totalmente falsas" as acusações de que o
WikiLeaks serve de instrumento de propaganda para os extremistas
islâmicos.
"Muita gente que apoia o WikiLeaks tem apego aos princípios básicos e
aos ideais que são a base da sociedade americana, como a Primeira Emenda
da Constituição, que garantea a liberdade de culto e de expressão",
completou o porta-voz.
"É uma coincidência que os documentos importantes que foram divulgados
nos últimos meses se refiram ao Exército americano", acrescentou, antes
de lembrar que o site já divulgou arquivos secretos sobre outros países.
Os quase 400 mil documentos militares americanos secretos divulgados na
sexta-feira pelo Wikileaks, que envolvem o período que vai de 1º de
janeiro de 2004 a 31 de dezembro de 2009, revelam que os americanos
fizeram vista grossa a torturas sistemáticas por parte das tropas
iraquianas e que aconteceram mais de 300 casos de tortura cometidos
pelas forças da coalizão, informou o fundador da página, Julian Assange.
Assange afirmou no sábado em Londres que seu objetivo é "restabelecer a
verdade sobre a Guerra do Iraque", mas Washington condenou "a difusão de
qualquer informação que possa colocar em risco a vida de soldados e
civis dos EUA e de seus aliados".
As acusações são as mesmas feitas após a publicação, em julho, de
milhares de documentos militares americanos secretos sobre a Guerra do
Afeganistão, segundo Hrafnsson, para quem as revelações não provocaram
nenhum prejuízo.
O porta-voz recordou que os nomes de pessoas e lugares sensíveis foram apagados dos documentos divulgados na sexta-feira.
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