Diante do cenário econômico favorável, mais empresas realizaram
inovações tecnológicas no país entre 2006 e 2008, segundo a Pintec
(Pesquisa de Inovação Tecnológica) do IBGE, divulgada nesta sexta-feira.
O percentual de firmas inovadoras no Brasil atingiu 38,6% --maior nível
desde o início da pesquisa e 4,2% pontos percentuais acima do
constatado no levantamento anterior, de 2005.
O investimento total das empresas em atividades inovadoras alcançou R$
54,1 bilhões em 2008 --2,85% do faturamento das empresas. Em 2005, esse
percentual era de 2,8%.
Na indústria, a taxa de empresas inovadoras passou de 33,4% em 2005 para
38,1%. Nos setor de serviços, o IBGE constatou que 46,2% fizeram
inovações tecnológicas --pela primeira vez, o IBGE pesquisou três ramos
(informática, telecomunicações e edição), por isso, não é possível a
comparação com 2005.
A expansão da inovação está ligada ao momento favorável vivido pela
economia do país naquele período, segundo Fernanda Vilhena, gerente da
pesquisa. "Foi um período de crescimento do crédito e do investimento e a
inovação no Brasil está muito ligada à compra de máquinas."
Pelos dados da pesquisa, mais empresas buscaram também apoio do governo
para investir em pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos. O
percentual de companhias financiadas por agentes do Estado passou de
18,8% entre 2003 e 2005 para 22,3% no período 2006-2008.
OBSTÁCULOS
Entre os principais obstáculos para ampliar as inovações, as empresas
passaram a listar com mais frequência na pesquisa de 2008 falta de
pessoal qualificado _também reflexo do crescimento da economia que
provocou a escassez da mão de obra, de acordo com a gerente do IBGE.
Na indústria, os setores que gastaram proporcionalmente mais com
inovação foram fabricação de outros equipamentos de transporte (5,1% do
faturamento), fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos
(4,9%), impressão e reprodução de gravações (4,4%), fabricação de
automóveis, camionetas e utilitários, caminhões e ônibus (4,2%),
fabricação de produtos diversos (4,1%), fabricação de equipamentos de
comunicação (3,8%), e fabricação de outros produtos eletrônicos e
ópticos (3,6%).
Dos dez setores que mais gastaram, três são da área de serviços:
tratamento de dados, hospedagem na internet e outras atividades
relacionadas (6,5%), telecomunicações (4,6%), desenvolvimento e
licenciamento de programas de computador (3,8%).
Segundo Fernanda Vilhena, é da natureza desses ramos, que se apoiam em alta tecnologia, investir mais em inovação.
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