Fazer com que a bateria de um celular dure dez vezes mais é a primeira
meta de um grande projeto de pesquisa que a IBM, Infineon e algumas
universidades europeias revelaram na quarta-feira.
O novo projeto de pesquisa, conhecido como Steeper, também quer reduzir a
necessidade de energia de outros aparelhos eletrônicos, tais como
televisores ou supercomputadores, em até dez vezes quando estiverem
ativos e praticamente eliminar o consumo de eletricidade quando
estiverem em standby.
A vida de bateria curta é um problema cada vez mais grave para os
consumidores que precisam recarregar seus celulares diariamente, e
também para os grandes fabricantes de celulares inteligentes como Nokia,
Apple e RIM.
"A tecnologia de baterias não acompanhou a crescente demanda de energia
dos celulares inteligentes atuais. Portanto, a administração e
eficiência energética é o maior desafio que os fabricantes de celulares
inteligentes enfrentam para oferecer aos consumidores uma experiência
simples e satisfatória de uso", disse Tim Shepherd, analista da Canalys.
Os aparelhos eletrônicos hoje respondem por 15% do consumo de energia de
um domicílio, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), e
sua necessidade de energia triplicará até 2030.
"Nossa visão é divulgar essa pesquisa de modo a permitir que fabricantes
produzam o aparelho ideal da eletrônica, um computador que utilize
pouquíssima energia quando estiver em pausa, o que chamamos de PC zero
watt", disse Adrian Ionescu, da École Polytechnique Féderale de
Lausanne, coordenador do projeto.
Os cientistas aplicarão nanotecnologia para reduzir o consumo de
energia, o custo e estender a duração da bateria dos aparelhos, com o
objetivo de reduzir ao menos para a metade a voltagem operacional de que
os transistores precisam para operar.
"Uma melhora de mil vezes no desempenho de um supercomputador significa a
necessidade de mil vezes mais energia para que funcione. Seria preciso
uma usina de energia ao lado da central de processamento de dados",
disse Heike Riel, que comanda o grupo de nanotecnologia eletrônica no
centro de pesquisa da IBM em Zurique.
Centrais de processamento de dados de empresas como o Google já utilizam
mais de 1% da energia mundial, e sua demanda por energia vem subindo
rapidamente devido à tendência de terceirização da computação.
O uso de energia em modo de espera já responde por 10% de consumo de
eletricidade em residências e escritórios, estimou a União Europeia.
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