O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, declarou
nesta quarta-feira que a divulgação no site WikiLeaks de 400 mil
documentos confidenciais sobre a guerra no Iraque é "um presente de
propaganda" para os terroristas que atuam nesse país.
"Não há lugar em nossa política para maus-tratos de presos. Fomos muito claros sobre isto como governo", destacou o chanceler.
Ele afirmou que condena "a publicação não autorizada de informações que
podem pôr em perigo as forças" do país e que é "um presente de
propaganda para a insurgência".
"Portanto, condeno essas publicações. São nossas forças que estão
comprometidas, sobretudo, na proteção da população civil no Afeganistão,
frequentemente tendo que aceitar baixas pelo trabalho que fazem para
proteger essa população", ressaltou.
Segundo Hague, "são os insurgentes e terroristas" que "atentam
indiscriminadamente contra os civis e que não se importam se com seus
artefatos explosivos matam mulheres, crianças e outros civis".
Os documentos divulgados pelo WikiLeaks também põem em xeque a atuação
das tropas britânicas, que em algumas ocasiões teriam abusado dos
detidos.
GRAVE
No fim de semana passado, o vice-premiê britânico, Nick Clegg,
considerou "extraordinariamente graves" as revelações sobre supostos
assassinatos, torturas e maus tratos no Iraque, e se mostrou partidário
de uma profunda investigação.
"Podemos lamentar a forma como as informações foram divulgadas, mas acho
que as acusações são muito graves. Sua divulgação é angustiante",
declarou Clegg em uma entrevista à rede britânica BBC.
Em comunicado divulgado hoje, o Ministério de Defesa britânico condenou a publicação "não autorizada de documentos secretos".
Os cerca de 400 mil documentos publicados no sábado no site WikiLeaks
revelam que os chefes militares americanos fizeram vista grossa diante
das torturas e dos maus-tratos a prisioneiros iraquianos pelas forças de
segurança durante a ocupação no Iraque.
Os documentos mostram também que centenas de civis inocentes foram
mortos por militares americanos perto dos postos de controle depois da
invasão do país em 2003.
Além disso, revelaram que os americanos possuíam um registro detalhado
sobre as mortes de civis, o que o Pentágono havia negado publicamente.
O Wikileaks cifrou em 109 mil o número total de mortos no Iraque, dos quais 66.081 seriam civis.
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