O foco principal ainda é o relacionamento com seus clientes. Mas as
empresas brasileiras já descobriram outros usos para as redes sociais --
como a possibilidade de monitorar a concorrência.
O LinkedIn é uma das redes com o maior potencial nesse sentido, segundo
Alessandro Barbosa Lima, presidente da consultoria E.Life, de mídias
sociais. Isso porque a ferramenta registra as contratações e a
movimentação das empresas.
"Se o concorrente contratou um grande número de pessoas na América
Latina, por exemplo, provavelmente ele está com uma estratégia para
aquele mercado", diz.
Maurício Bichara, gerente de divisão de internet do Banco do Brasil,
afirma que o "benchmarking" (identificação de referenciais de
excelência) feito antes nos canais presenciais alcançará também as redes
sociais.
"Temos ferramentas [de monitoração] e pesquisamos as "hash tags"
[símbolo do jogo da velha que indica um assunto no Twitter] que têm a
ver, como nomes dos bancos, até para ver o que é que está acontecendo",
explica.
Outro uso das redes sociais valioso para as empresas é a prospecção de
clientes. Em junho, o Banco do Brasil realizou a primeira venda no
Brasil via web 2.0.
A equipe do banco que monitora a rede captou um usuário no microblog,
não correntista, com interesse em contratar um seguro de viagem. Após
entrar em contato, o banco fechou a venda.
"O @BBSeguros deu um show. Contratei um seguro para minha viagem através
do Twitter sem sair de casa, com um atendimento espetacular. Parabéns",
tuitou o cliente à época.
Já o Santander tem um canal de educação financeira no YouTube e uma
página no Formspring (de perguntas e respostas), que usa para verificar
as demandas dos consumidores e adequar os seus produtos a elas.
"Esses canais servem para tirarmos as dúvidas e compartilharmos o que
achamos que é melhor para esse cliente naquele momento", afirma Fernando
Martins, vice-presidente-executivo de marca, marketing e comunicação
corporativa do banco.
INTELIGÊNCIA
Para Lima, a inteligência das multidões é outro ponto a ser considerado, mas que as empresas ainda não aprenderam a utilizar.
"É preciso capturar um pouquinho da inteligência que os clientes trazem
quando interagem para melhorar os produtos", afirma Fábio Cipriani,
consultor em mídias sociais da Deloitte.
A Camiseteria, que confecciona camisetas, é um exemplo de uso da
interação. O site da empresa tem um concurso permanente em que os
próprios usuários enviam sugestões de estampas e votam nas melhores. As
mais votadas são premiadas e depois vendidas.
"Há cerca de três lançamentos semanais e não temos uma equipe de
criação, temos usuários muito criativos, isso sim", diz Fábio Seixas, um
dos sócios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário