A Amazon disse que os donos de Kindle vão poder emprestar seus livros
para outros proprietários do leitor de livros eletrônicos ou quem tenha
seus aplicativos grátis (disponíveis para PCs, iPads BlackBerries, entre
outros).
A novidade, porém, vem com uma série de restrições: um livro pode ser
emprestado uma única vez e esse empréstimo dura somente 14 dias. Além
disso, enquanto a publicação estiver com outra pessoa, o dono original
não poderá acessá-la.
Para terminar, não são todos os livros que poderão ser emprestados.
"Isso cabe exclusivamente à editora ou aos proprietários dos direitos
autorais, que vão determinar quais títulos poderão ser emprestados",
disse a Amazon em nota em seu blog oficial.
A decisão de restringir o empréstimo visa proteger os direitos autorais.
Isso porque, se um livro pudesse ser emprestado sem limites (de prazo
ou usuário), a venda das versões eletrônicas -- uma das grandes apostas
das editoras- provavelmente despencaria.
A Amazon não é, no entanto, a primeira empresa a liberar o empréstimo
dos livros eletrônicos. O Nook, da americana Barnes & Noble, também
permite a transferência entre donos do mesmo aparelho ou que tenham
instalado seu aplicativo gratuito.
Porém, o impacto da decisão da Amazon é maior porque o Kindle é mais
bem-sucedido. A empresa não divulga números, mas analistas acreditam que
5 milhões de unidades serão vendidas neste ano -- e mais de 8 milhões
no ano que vem.
No seu mais recente balanço trimestral, divulgado na semana passada, a
Amazon disse que a nova geração do Kindle, lançada no fim de julho, é a
que vendeu mais rápido entre todas as versões do aparelho (a primeira é
de 2007) e que é o produto mais vendido do seu site.
O novo aparelho, que é vendido no mercado norte-americano por US$ 139
(R$ 237), chega ao Brasil por mais que o dobro do preço: US$ 312 (R$
533), um dos mais caros do mundo.
Graças em grande parte ao Kindle, as ações da Amazon se valorizaram em
26% neste ano e estão no seu maior patamar histórico. Para ter uma ideia
da alta, a Nasdaq (Bolsa de Valores onde os papéis são negociados)
subiu 9% de janeiro para cá.
CAPA DURA
Em julho, a Amazon afirmou que a venda de livros para o Kindle já supera a comercialização de obras no formato tradicional.
De acordo com a empresa, foram comercializados no segundo trimestre 143
livros eletrônicos para cada 100 exemplares de capa dura no mercado
norte-americano.
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