O Facebook se reestruturou com uma divisão de ações com e sem direito a voto para garantir o poder decisório de seus atuais sócios, mas não planeja abrir o capital, informou a empresa de internet nesta terça-feira.
"Criamos uma nova estrutura acionária porque os atuais sócios queriam manter o controle sobre a votação de certos assuntos, para ajudar a assegurar que a empresa continue olhando para o longo prazo para construir um grande negócio", disse Larry Yu, porta-voz do Facebook. "O Facebook não tem planos de abertura de capital neste momento."
Um analista afirmou que não se surpreendeu com a medida, já que a rede social vem se baseando no modelo do Google, que também alterou sua estrutura acionária muito tempo atrás para ações com e sem direito a voto.
"É exatamente a mesma coisa que o Google fez", disse Ben Schachter, da Broadpoint AmTech. "Essa estrutura é uma forma de proteger os interesses de longo prazo de pressões de curto prazo", acrescentou.
Segundo o analista, sem essa estrutura um grupo majoritário de sócios poderia forçar decisões de negócios para conseguir ganhos no curto prazo às custas do sucesso da companhia no longo prazo, o que buscam os fundadores da empresa.
A rede social, que já atingiu mais de 300 milhões de usuários, conta com investimento da Microsoft e da empresa russa Digital Sky Technologies (DST).
No mês passado, a DST começou a adquirir ações diretamente de sócios do Facebook, afirmaram duas fontes com conhecimento do caso, à época.
Em julho, a DST comprou 100 milhões de dólares em ações do Facebook de empregados e ex-funcionários da empresa, atribuindo um valor de mercado à companhia de 16,5 bilhões de dólares.
O presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, disse em maio que uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) ainda estava "alguns anos à frente".
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