Hackers atacaram serviços de internet palestinos na Cisjordânia e na
faixa de Gaza nesta terça-feira, disse o ministro das Telecomunicações
palestino, acusando um governo estrangeiro de estar por trás da
interferência.
"Todos os endereços IP palestinos foram expostos a um ataque concentrado
e organizado do exterior", afirmou Mashour Abu Daqqa à Reuters. "Acho
que isso é organizado por um Estado. Essa é a minha predição", afirmou
ele.
Abu Daqqa contou que técnicos da empresa de telecomunicações Paltel,
provedora de serviços de Internet, estão trabalhando para resolver o
problema, que também impede que os usuários visitem sites estrangeiros.
Eles identificaram servidores falsos por trás da interrupção,
acrescentou ele.
"Está entre lento e totalmente parado", afirmou Ghassan Khatib, porta-voz da Administração Palestina, em Ramallah.
Em outra declaração à agência de notícias palestina Wafa, Abu Daqqa
afirmou que o ataque estaria relacionado à admissão dos palestinos pela
Unesco (Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações
Unidas) nesta segunda-feira, um sucesso diplomático para os palestinos e
uma medida à qual Israel se opôs.
SANÇÕES
Israel decidiu construir 2.000 residências em Jerusalém Oriental e na
Cisjordânia e congelar provisoriamente a transferência de recursos à ANP
(Autoridade Nacional Palestina) como medida de retaliação pela admissão
do governo palestino como membro de pleno direito da Unesco, informou
neste terça-feira à noite o governo israelense.
"Estas medidas foram tomadas pelo fórum dos oito principais ministros
sob a presidência do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, como sanção
após a votação na Unesco", indicou a fonte.
"Vamos construir 2.000 residências, incluindo 1.650 em Jerusalém, e o
restante nos assentamentos de Maalé Adoumim e de Efrat (no sul de Belém,
na Cisjordânia)", indicou esta autoridade, que pediu para não ser
identificada.
Outras fontes ligadas ao Executivo davam a entender que a reação será
edificar mais casas em assentamentos situados em "lugares que Israel não
vê como problemáticos", embora o anúncio receba "críticas
internacionais".
VOTAÇÃO
Na segunda-feira, a Palestina se tornou membro pleno da Unesco durante
uma votação nominal na 36ª Conferência Geral do órgão, em Paris. A
resolução foi aprovada com 107 votos a favor, 52 abstenções, e 14 votos
contrários, entre eles de Israel, Alemanha e Estados Unidos.
Para conceder o status de Estado-membro à Palestina, a Unesco precisava
do voto favorável de dois terços dos 193 países representados na
votação.
A condição anterior dos palestinos era de membro observador. A
solicitação de mudança de status é parte da batalha diplomática
empreendida pelo povo árabe para que sejam reconhecidos como Estado, o
que culminaria em sua tentativa de ingressar na ONU.
A agência é a primeira da organização em que os palestinos buscaram
integração como membro total desde que o presidente da ANP, Mahmoud
Abbas, entrou com o pedido de assento na ONU, em 23 de setembro. Os
palestinos se preparam agora para apresentar um pedido de ingresso na
OMS (Organização Mundial da Saúde), segundo o ministro da Saúde da ANP,
Fathi Abu Moghli.
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