Na próxima segunda-feira (6), a Apple apresentará o iCloud, uma "oferta de serviços na nuvem", como descreveu a empresa em anúncio oficial. Segundo rumores, será um serviço de armazenamento on-line e transmissão de música pela internet.
É um passo importante da Apple em uma área que não para de crescer e já conta com forte presença de rivais como Amazon, Google e Microsoft: serviços voltados ao usuário final baseados em computação em nuvem.
Computação em nuvem é, basicamente, um modelo que permite o acesso a recursos computacionais fornecidos por uma rede remota de computadores, em vez de máquinas locais dedicadas.
Ela permite, por exemplo, que empresas terceirizem parte de sua infraestrutura e economizem com manutenção. E que recursos computacionais sejam usados de maneira mais inteligente, fornecidos de acordo com a demanda.
É comum a comparação da nuvem com a rede elétrica: grosso modo, o usuário não precisa conhecer detalhes técnicos do funcionamento do sistema, e a energia é fornecida conforme a demanda.
Para o usuário final, a computação em nuvem marca presença principalmente em serviços cujo software e dados são armazenados em redes on-line e acessados por meio de um navegador.
USUÁRIO FINAL
Em 1º abril de 2004, o Google lançou o Gmail, serviço gratuito de e-mail com 1 Gbyte de armazenamento. Alguns meses depois, a oferta já aumentara para 2 Gbytes por conta. Era tanto espaço que Bill Gates "chegou à conclusão de que o Google estava fazendo alguma coisa errada", conta o jornalista Steven Levy em seu livro "In the Plex".
O sucesso do Gmail foi um marco da popularização da nuvem entre usuários finais. Pouco tempo depois, os concorrentes Hotmail e Yahoo! Mail aumentaram o espaço disponível em suas caixas postais, e empresas começaram a investir fortemente em serviços on-line.
Hoje é possível editar documentos no Google Docs, gravar backup no Microsoft Windows Live SkyDrive, ouvir música pelo Grooveshark, assistir a vídeos pelo YouTube, ver fotos no Flickr, sincronizar arquivos pelo SugarSync e até trabalhar com um laptop centrado no uso de aplicativos baseados na web --o Chromebook, que tem sistema operacional Chrome OS, com interface semelhante à do navegador homônimo.
Mas quais as vantagens desses serviços on-line para o usuário final?
Uma delas é a portabilidade --serviços e dados on-line podem ser acessados remotamente por diferentes aparelhos com acesso à internet ao redor do mundo, em vez de ficarem limitados a umas poucas máquinas e exigirem cópias de uma para outra.
Outra é a segurança: muitas empresas trabalham com uma boa estrutura de recursos redundantes, o que diminui a chance de que serviços ou dados fiquem indisponíveis por conta de problemas operacionais. Os usuários não costumam montar sistemas pessoais redundantes, ou seja, são menos preparados para eventuais desastres.
As fragilidades, porém, não deixam de existir, mesmo para as empresas mais preparadas --por isso, a segurança é também um dos pontos fracos da computação em nuvem. Nos últimos anos, problemas atingiram gigantes como Amazon, Apple, Google e Microsoft, que deixaram clientes sem acesso aos seus serviços.
Há ainda a questão da privacidade: é confiável deixar dados pessoais em redes remotas? Que usos as empresas podem fazer deles? Estão bem protegidos? Recentes falhas de segurança em redes da Sony permitiram que informações de mais de 100 milhões de usuários fossem roubadas.
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